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Crise econômica colombiana é a pior desde os anos 30
DO ENVIADO ESPECIAL À COLÔMBIA
A agudização do conflito colombiano, após o rompimento do
processo de paz com as Farc, está
aprofundando a já grave crise
econômica por que passa o país,
esgotado por quatro décadas de
guerra civil.
O país enfrenta sua pior crise
econômica desde a década de 30.
O PIB (Produto Interno Bruto)
tem crescimento reduzido ou negativo desde 1996, a taxa de desemprego saltou de 10% para 20%
nos últimos dez anos e a dívida
externa total dobrou -de US$ 17
bilhões para US$ 34 bilhões- no
mesmo período. A taxa de pobreza, que havia baixado mais de 20
pontos percentuais entre 1978 e
1995, voltou a subir com intensidade -64% dos 43 milhões de
colombianos vivem abaixo da linha de pobreza e 23% estão em situação de indigência.
Segundo estudo do Banco Mundial, a economia colombiana teria
de crescer ao menos 4% ao ano
nos próximos dez anos para que o
país voltasse aos níveis de 1995,
antes do início da recessão.
Ataques
A situação se agravou a partir de
fevereiro, quando o governo rompeu o processo de paz, e as Farc
iniciaram uma forte ofensiva contra a infra-estrutura do país, causando perdas milionárias.
Segundo a Invías, órgão responsável pela manutenção das estradas do país, pelo menos 45 pontes
em toda a Colômbia foram dinamitadas nos primeiros cinco meses do ano. Também foram derrubadas dezenas de torres de
energia elétrica e de telefone, e reservatórios de água foram danificados por explosões.
O governo também estuda um
possível aumento dos gastos militares. Atualmente, o orçamento
da Defesa é de 3,5% do PIB, menor, por exemplo, do que o do
Chile, que não enfrenta ameaças a
seu território ou a ação de grupos
guerrilheiros organizados.
Analistas de mercado vêem
também com apreensão a proposta de Uribe de incrementar o
efetivo do Exército e da Polícia
Nacional em 300 mil homens (um
aumento de mais de 100%).
A recuperação econômica será
um dos principais desafios do
próximo presidente. As propostas
do direitista Alvaro Uribe, que
pode vencer a eleição já no primeiro turno, hoje, segundo as
pesquisas, estão baseadas principalmente no princípio da redução
do Estado e da contenção dos gastos públicos.
O liberal Horacio Serpa, que
aparece em segundo nas pesquisas, com 26%, promete criar 2,4
milhões de empregos e manter as
taxas de juros em níveis baixos
para promover o crescimento.
Ele propõe ainda a redução pela
metade das importações de produtos agrícolas e uma reforma
agrária.
(RW)
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