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IRAQUE OCUPADO
Morte de Uday e Qusay ainda não atenuou resistência iraquiana; Japão deve enviar tropas
Mais 3 americanos morrem no Iraque
DA REUTERS
Mais três soldados americanos
foram mortos ontem no Iraque,
no que constituiu o último ataque
de uma onda que não teve seu ímpeto atenuado após a morte de
dois dos filhos do ex-ditador Saddam Hussein. Os três militares estavam vigiando um hospital infantil perto de Bagdá.
Segundo um porta-voz do Exército, outros quatro soldados ficaram feridos no ataque -feito
com granadas-, ocorrido em
Baquba, cidade situada a 50 km
da capital. Na região em que se localiza Baquba, conhecida como
"triângulo sunita", concentra-se a
maioria dos ataques contra as tropas americanas.
Esse último ataque elevou para
47 o número de soldados americanos mortos em ações hostis
desde que o presidente George W.
Bush declarou o fim das principais operações no país.
Desde o início da guerra, 161
morreram em ataques, 79 em acidentes. Militares dos EUA, que
atribuem os ataques a simpatizantes de Saddam, haviam declarado esperar que a morte de Uday
e Qusay amenizasse a violência.
Com buldôzeres, militares americanos começaram a demolir a
mansão em que os filhos de Saddam foram mortos, em Mossul,
após vasculharem o local em busca de informações sobre o paradeiro do ex-ditador. Os muros
que cercavam o imóvel foram
derrubados, e trabalhadores iraquianos trabalhavam na destruição do telhado.
A mansão fora bastante danificada durante a operação em que
Uday e Qusay foram mortos, pois
tinha sido atacada com metralhadoras, granadas e mísseis antitanques. Além dos dois irmãos, outras duas pessoas foram mortas
na ação. Crê-se que um filho adolescente de Qusay seja uma delas.
A propriedade pertencia a um
empresário ligado à família de
Saddam. Funcionários do governo americano e militares dos EUA
não quiseram comentar especulações de que ele pudesse ter traído
os dois irmãos em troca dos US$
30 milhões da recompensa oferecida por Washington pela captura
ou pela morte dos filhos do ex-ditador iraquiano.
A população iraquiana fez fila
nas pequenas bancas de jornal
das grandes cidades para observar fotografias dos corpos deformados de Uday e Qusay.
Autoridades americanas esperam que essas fotos e imagens
mostradas pela televisão ajudem a
convencer a população de que os
dois filhos mais velhos de Saddam
estão realmente mortos, o que, segundo Washington, deveria servir para abrandar a guerrilha.
Após a morte de seus filhos, o
cerco pode estar fechando em torno do próprio ex-ditador, de
acordo com as Forças Armadas
dos EUA.
Na noite da última quinta-feira,
13 homens foram detidos pelos
americanos perto da cidade de Tikrit. Há suspeitas de que alguns
deles possam ser guarda-costas
de Saddam.
Este, que foi deposto pelas forças americanas em 9 de abril último, vale uma recompensa de US$
25 milhões, US$ 10 milhões a mais
que cada um de seus dois filhos
mais velhos.
Em Tikrit, cidade de origem da
família Hussein, que se situa entre
Mossul e Bagdá, militares americanos estão em estado de alerta há
dias, buscando pistas do paradeiro do ex-ditador e sofrendo frequentes ataques.
Japão
O Japão aprovou ontem uma
controversa lei que abre caminho
para o envio de tropas do país ao
Iraque, no que poderia transformar-se na maior operação militar
japonesa no exterior desde o final
da Segunda Guerra Mundial, em
1945.
Mas, por conta da preocupação
gerada pelos frequentes ataques
sofridos por tropas americanas
no Iraque, ainda não se sabe
quando o envio dos soldados japoneses será feito.
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