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GUERRA SEM LIMITES
Milhares se reúnem em cidades americanas e ao redor do mundo e pedem fim das ameaças ao Iraque
EUA vivem dia de manifestações pacifistas
DA REDAÇÃO
Milhares de pessoas participaram ontem, numa esplanada do
centro de Washington, de uma
manifestação contra uma possível
intervenção militar dos Estados
Unidos no Iraque. A maior concentração ocorreu em frente ao
memorial à Guerra do Vietnã.
Líderes de movimentos religiosos, especialmente muçulmanos,
e grupos de ex-militares pediam
que as autoridades norte-americanas interrompessem as ameaças de guerra ao Iraque.
"Não à guerra", "Parem a guerra contra o Iraque", "Dinheiro para empregos, não para a guerra":
isso era o que se lia nos cartazes
empunhados pela multidão.
Os protestantes exigiam que o
governo dos EUA abandonasse o
plano de guerra contra o líder iraquiano Saddam Hussein e empregasse os US$ 200 bilhões que a
ação militar custaria em programas sociais.
Organizada por uma coalizão
de grupos de defesa dos direitos
civis, de justiça social e de comitês
contra a guerra, a manifestação
dirigiu-se ao longo do dia numa
marcha em direção à Casa Branca
(sede do governo dos EUA).
Os organizadores avaliaram que
cerca de 100 mil pessoas participaram do movimento, que foi
considerado "a maior demonstração antibelicista desde o início
dos anos 1970, durante a Guerra
do Vietnã. A polícia de Washington não deu nenhuma informação oficial sobre o número de manifestantes.
Outras manifestações ocorreram em São Francisco (Califórnia) e Chicago (Illinois), assim como na Alemanha, México, Japão,
Coréia do Sul e em outros países
ao redor do mundo.
Milhares de manifestantes se
reuniram em cidades da Europa
pedindo o fim das ameaças a uma
"injustificada guerra contra o Iraque".
Em Berlim, uma multidão carregava cartazes que declaravam
"Guerra à guerra imperialista",
"Parem a campanha de Bush" e
"Não queremos sangue por petróleo". Entre os cartazes também
se viam algumas bandeiras iraquianas e palestinas.
A polícia local estimou que cerca de 8.000 pessoas participaram
da passeata, enquanto os organizadores avaliaram o número em
30 mil. Não houve registro de nenhum incidente.
Cerca de 300 japoneses protestaram pacificamente no centro de
Tóquio contra a possibilidade de
guerra contra o Iraque.
"Esta marcha pela paz é para
que o governo japonês desista de
dar qualquer apoio a esta guerra",
declarou um dos organizadores
da manifestação. "Como cidadãos globais, temos o desejo de
colaborar com o movimento
mundial pela paz."
O primeiro-ministro do Japão,
Junichiro Koizumi, pediu aos
EUA que buscassem uma cooperação internacional no caso do
Iraque e solicitou que Bagdá se
submetesse incondicionalmente
às inspeções da Organização das
Nações Unidas.
O presidente dos EUA, George
W. Bush, que viajou ontem ao
balneário de Los Cabos (México)
para participar da cúpula anual
do Fórum de Cooperação Ásia
Pacífico (Apec), reiterou que está
pronto para ordenar uma ação
militar contra o regime de Saddam Hussein, acusado de manter
armas químicas e biológicas.
"Se a ONU não agir, se Saddam
Hussein não for desarmado, lideraremos uma coalizão para desarmá-lo", disse Bush durante um
encontro com o presidente mexicano, Vicente Fox.
Com agências internacionais.
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