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Escritoras trabalharam como babás
DE NOVA YORK
Nicola Kraus e Emma McLaughlin, ambas de 28 anos, começaram a trabalhar de babás para pais
ricos do Upper East Side, em Nova York, como maneira de ajudar
a pagar a faculdade. Uma delas
conhecia alguém, que indicou para outro e assim foi.
No final, as duas dizem ter cuidado das crianças de mais de 40
famílias. Nos intervalos das jornadas, quando trocavam impressões dos hábitos e costumes dos
bem-nascidos e bem-criados nova-iorquinos, viram que existia aí
um livro. Acontece que, além de
peculiares, seus ex-patrões também são clientes dos melhores escritórios de advocacia do mundo.
Foi então que tiveram a idéia de
escrever uma obra "de ficção" sobre o casal X, pais do pequeno
Grayer, 4, moradores de um número inexistente da Park Avenue,
em Manhattan, e a babá que vai
trabalhar para eles, chamada simplesmente de Babá. Nascia assim
"The Nanny Diaries", o maior sucesso literário do ano.
A sra. X guarda sua lingerie uma
a uma em saquinhos plásticos fechados a vácuo e nunca é vista comendo. O sr. X trabalha no mercado financeiro, tem amantes e
nunca aparece. Tanto que a Babá
só o conhece depois de dois meses
cuidando do filho.
Ambos negligenciam Grayer o
quanto podem. A sra. X chega ao
absurdo de definir o prato preferido do filho de acordo com sua
dieta. "Ele adora beterraba cozida
a vapor e rabanetes", diz no primeiro dia de trabalho da Babá.
O voyeurismo de classes levou o
livro à lista dos mais vendidos do
jornal "The New York Times",
onde permanece, 13 semanas e
650 mil exemplares depois. Os direitos de tradução foram vendidos para 28 países, assim como o
de adaptação para cinema.
(SD)
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