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ELEIÇÃO NOS EUA
Marcada para hoje, megamanifestação anti-Bush em Nova York deve reunir 250 mil, segundo organizadores
Polícia prende 260 manifestantes ciclistas
DO ENVIADO ESPECIAL A NOVA YORK
Às vésperas do primeiro grande
protesto contra a convenção do
Partido Republicano, a polícia de
Nova York, em demonstração de
força, prendeu ao menos 260 pessoas no fim da noite de sexta.
As detenções ocorreram durante manifestação para defender direitos para os ciclistas. Com a
aproximação da convenção republicana, o protesto, rotineiro,
atraiu mais gente que o normal.
Cerca de 5.000 ciclistas, muitos
gritando slogans anti-Bush, acabaram bloqueando o tráfico.
No auge da concentração, a polícia interveio e fez
as prisões. Bicicletas foram confiscadas, e os ciclistas, com as mãos
presas para trás,
encaminhados a
centro de triagem
criado para a convenção.
Os detidos passaram apenas algumas horas no
complexo policial,
em que podem ser
mantidas até mil
pessoas presas.
Na tarde de ontem, com céu claro e temperatura
de 30 C, cerca de
20 mil pessoas, segundo organizadores, protestavam em frente à
Prefeitura de Nova York, numa
marcha feminista
que saiu do bairro
do Brooklyn.
Milhares de policiais, todos munidos de tubos de
gás de pimenta e de várias algemas de plástico, acompanhavam
a manifestação.
Composto basicamente de mulheres e crianças, o ato, que foi
chamado de "Marcha pela Vida
das Mulheres", transcorreu pacificamente. As feministas entoavam palavras de ordem a favor do
direito ao aborto e contrárias a
Bush e à guerra.
Alguns cartazes que exibiam estampavam Bush com nariz de Pinóquio ou com uma metralhadora, atirando contra iraquianos.
A "Marcha pela Vida das Mulheres" foi promovida pelo mesmo grupo que levou a Washington, em abril, mais de 500 mil pessoas em ato pró-aborto, um dos
maiores protestos contra o presidente George W.Bush.
Segundo a ativista Kelly Sullivan, havia o receio ontem de que a
polícia voltasse a querer "dar o
exemplo". "Estamos alertas para
evitar provocações e contornar
incidentes que possam levar a situações de descontrole", disse.
Na semana passada, o prefeito
republicano de Nova York, Michael Bloomberg, demonstrou
que quer manter a cidade "em um
clima amigável"
para os convencionais de seu
partido. "A polícia
não hesitará em
agir com rigor
diante de qualquer tipo de violação das leis."
No início da
noite de ontem,
outra manifestação percorreria o
caminho entre o
Central Park e o
local onde ficava o
World Trade Center. Os organizadores distribuiriam 2.749 sinos
para simbolizar os
mortos do 11 de
Setembro e para
protestar contra
Bush. Os eventos
de ontem foram
um prelúdio de
uma das principais manifestações contra a convenção, que ocorre hoje e espera
reunir 250 mil
pessoas.
Os manifestantes foram proibidos de entrar no
Central Park, mas devem cercar o
Madison Square Garden, onde,
amanhã, a convenção começa.
Suposto ataque
Um americano e um paquistanês foram presos anteontem, suspeitos de tramar atentados na cidade, informou a polícia. Identificados como Shahawar Matin Siraj, 21, paquistanês morador do
bairro de Queens, e James El Shafay, 19, americano que vive em
Staten Island, os dois foram detidos durante investigação contra
grupos muçulmanos no
Brooklyn.
A polícia teria encontrado com
os suspeitos desenhos da estação
de Herald Square e acusa a dupla
de planejar ataques contra outras
duas estações de metrô, três delegacias, uma prisão e uma ponte.
Ontem, a polícia descartou a ligações dos suspeitos com organizações terroristas e relações entre
os planos e a convenção republicana.
(FERNANDO CANZIAN)
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