São Paulo, domingo, 29 de setembro de 2002

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ORIENTE MÉDIO

Milhares participam de atos em Gaza; Arafat diz que Jerusalém será capital de eventual Estado palestino

Protestos marcam aniversário da Intifada

DA REDAÇÃO

Dezenas de milhares de palestinos -cerca de 50 mil, segundo os organizadores- marcaram ontem o segundo aniversário da Intifada (levante palestino contra a ocupação israelense) com passeatas e protestos na faixa de Gaza. Tropas israelenses mataram dois palestinos na região.
O líder palestino Iasser Arafat, que está sitiado no único prédio de seu quartel-general em Ramallah (Cisjordânia) ainda não derrubado por buldôzeres israelenses, disse que fundará um Estado palestino com Jerusalém como sua capital.
O primeiro-ministro de Israel, Ariel Sharon, sob pressão internacional para retirar suas tropas do QG de Arafat (que acusa de não agir contra o terrorismo), enviou um assessor a Washington para discutir o impasse..
Em mensagem transmitida por telefone a uma manifestação na cidade de Gaza, Arafat criticou o cerco e disse que "a nobre Jerusalém vai continuar a ser a capital do Estado palestino queiram ou não queiram".
"Não estamos apenas defendendo nossos locais sagrados, cristãos e islâmicos, mas cada polegada da Terra Santa", disse.
Entre os palestinos que participavam do ato em Gaza, muitos carregavam bandeiras palestinas e fotos de Arafat. Uma maquete da mesquita do Domo da Rocha, que fica em Jerusalém, foi colocada em cima de um carro.
Líderes palestinos mandaram embora um pequeno grupo de homens armados que tentou participar da manifestação. "A presença de homens armados em manifestações pacíficas prejudica a imagem da Intifada", disse Saleh Zidan, um dos organizadores.
Tropas israelenses lançaram bombas de gás lacrimogêneo e usaram balas de borracha para dispersas palestinos que lançavam pedras em Ramallah.
O Exército de Israel reocupou a maioria das cidades da Cisjordânia em junho, após dois atentados suicidas palestinos, e as tropas têm proibido moradores de sair de casa mesmo que seja para ir à escola, à farmácia ou à padaria.
No QG de Arafat, há mais de 200 pessoas. Israel quer a rendição de dezenas de palestinos que estão no local e que estão envolvidos em ataques contra israelenses, segundo o governo. Os palestinos rejeitam a acusação e dizem que parte deles costumava participar de reuniões com Israel.
Ao menos 1.572 palestinos e 601 israelenses morreram e 41 mil palestinos e 3.000 israelenses ficaram feridos desde o início da Intifada, em setembro 28 de setembro de 2000.


Com agências internacionais



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