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ORIENTE MÉDIO
Milhares participam de atos em Gaza; Arafat diz que Jerusalém será capital de eventual Estado palestino
Protestos marcam aniversário da Intifada
DA REDAÇÃO
Dezenas de milhares de palestinos -cerca de 50 mil, segundo os
organizadores- marcaram ontem o segundo aniversário da Intifada (levante palestino contra a
ocupação israelense) com passeatas e protestos na faixa de Gaza.
Tropas israelenses mataram dois
palestinos na região.
O líder palestino Iasser Arafat,
que está sitiado no único prédio
de seu quartel-general em Ramallah (Cisjordânia) ainda não derrubado por buldôzeres israelenses, disse que fundará um Estado
palestino com Jerusalém como
sua capital.
O primeiro-ministro de Israel,
Ariel Sharon, sob pressão internacional para retirar suas tropas do
QG de Arafat (que acusa de não
agir contra o terrorismo), enviou
um assessor a Washington para
discutir o impasse..
Em mensagem transmitida por
telefone a uma manifestação na
cidade de Gaza, Arafat criticou o
cerco e disse que "a nobre Jerusalém vai continuar a ser a capital
do Estado palestino queiram ou
não queiram".
"Não estamos apenas defendendo nossos locais sagrados,
cristãos e islâmicos, mas cada polegada da Terra Santa", disse.
Entre os palestinos que participavam do ato em Gaza, muitos
carregavam bandeiras palestinas
e fotos de Arafat. Uma maquete
da mesquita do Domo da Rocha,
que fica em Jerusalém, foi colocada em cima de um carro.
Líderes palestinos mandaram
embora um pequeno grupo de
homens armados que tentou participar da manifestação. "A presença de homens armados em
manifestações pacíficas prejudica
a imagem da Intifada", disse Saleh
Zidan, um dos organizadores.
Tropas israelenses lançaram
bombas de gás lacrimogêneo e
usaram balas de borracha para
dispersas palestinos que lançavam pedras em Ramallah.
O Exército de Israel reocupou a
maioria das cidades da Cisjordânia em junho, após dois atentados
suicidas palestinos, e as tropas
têm proibido moradores de sair
de casa mesmo que seja para ir à
escola, à farmácia ou à padaria.
No QG de Arafat, há mais de 200
pessoas. Israel quer a rendição de
dezenas de palestinos que estão
no local e que estão envolvidos
em ataques contra israelenses, segundo o governo. Os palestinos
rejeitam a acusação e dizem que
parte deles costumava participar
de reuniões com Israel.
Ao menos 1.572 palestinos e 601
israelenses morreram e 41 mil palestinos e 3.000 israelenses ficaram feridos desde o início da Intifada, em setembro 28 de setembro
de 2000.
Com agências internacionais
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