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Livro explica política no mundo globalizado
DA REDAÇÃO
Antonio Negri passou a ser um
dos nomes mais populares entre
os integrantes do movimento antiglobalização desde que lançou
"Império" (editora Record) em
2000, livro escrito em parceria
com o professor de literatura norte-americano Michael Hardt.
Ele está preso desde 1997 em
Roma, em regime semi-aberto,
acusado de ser o mentor do grupo
terrorista Brigadas Vermelhas e
de ter planejado o assassinato do
deputado Aldo Moro, em 1978.
O filósofo italiano teve seu livro
descrito pelo "New York Times"
como "a primeira grande síntese
teórica do novo milênio".
"Império" trata da estrutura política que sustenta o mundo globalizado, numa organização que
"eliminou conceitos de nação, raça, etnia e povo", como afirma
Negri. Os Estados-nações não
têm mais controle sobre movimentos de capital ou lutas sociais.
A nova configuração política, o
império, não tem limites nem está
atrelada à busca pela expansão do
Estado-nação.
Ela regula trocas econômicas e
culturais num sistema em que a
soberania se baseia na construção
de caminhos para novos fluxos
mundiais, criadores da vida social, numa inter-relação entre o
econômico, o político e o cultural.
"Estamos numa situação paradoxal na qual o presidente dos
EUA é eleito com financiamento
do exterior: o capital dos senhores
do petróleo sauditas está tão integrado à direção dos negócios
americanos que não se pode mais
afirmar que o Estado-nação ainda
funciona", diz o escritor.
Império, portanto, não trata de
imperialismo -e aí reside o que
Negri classifica de "confusão" em
relação ao uso que tem sido feito
de suas idéias para embasar alguns dos pilares do pensamento
da esquerda mundial -como o
antiamericanismo.
"Ser antiamericano é uma idiotice total. O governo americano é
o mais importante dos poderes a
ser contestados, mas não é o único. Não existiria se as outras classes dirigentes do capitalismo
mundial não lhe dessem apoio incondicional", afirma.
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