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Bush comemora reeleição de Uribe e "amizade" com EUA
Um dia após líder colombiano garantir novo mandato com ampla margem, governo francês pede diálogo sobre reféns
Em reação ao resultado, as
Farc prometem violência e afirmam que colombianos elegeram domingo "guerra, massacres e assassinatos"
CAROLINA VILA-NOVA
ENVIADA ESPECIAL A BOGOTÁ
O presidente dos EUA, George W. Bush, parabenizou ontem o presidente colombiano,
Álvaro Uribe, por sua reeleição
no dia anterior, reforçando os
fortes laços entre os dois países.
Em um telefonema a Uribe,
Bush falou da "forte amizade"
que une os dois governos e reafirmou "seu forte apoio à Colômbia em sua contínua contra
o narcoterrorismo, em seu passo adiante ao ter firmado um
Tratado de Livre Comércio e ao
ajudar os amigos da democracia na região".
A secretária de Estado americana, Condoleezza Rice, cumprimentou Uribe "pessoalmente" pela vitória e lhe desejou
"um sucesso ainda maior" no
segundo mandato: "Nossa relação com o governo e o povo da
Colômbia é particularmente
estreita. É baseada em um
acordo mútuo de que as sociedades abertas e o livre mercado
são os melhores modos de satisfazer as necessidades de nosso povo, para proteger direitos
e liberdades fundamentais".
A reeleição de Uribe é uma
rara vitória para os EUA na
América do Sul. Uribe não deixa de retribuir o financiamento
milionário que Washington
destina ao país desde 2000 para
o Plano Colômbia: apoiou a
Guerra do Iraque e negociou
com os EUA um Tratado de Livre Comércio que, após ser
aprovado nos dois Congressos,
pode entrar em vigor em 2007.
Reféns
Uribe foi eleito com 62% dos
votos para um novo mandato
de quatro anos. Visivelmente
emocionado, o presidente celebrou ontem sua reeleição com
uma missa na cidade de Medellín, ao lado da família.
Mas nem tudo são flores. Em
um tom bastante diferente do
dos EUA, a Chancelaria francesa pediu um "diálogo nacional"
que ponha "fim ao conflito no
país" e permita "um acordo humanitário para a libertação dos
reféns".
A França voltou a se oferecer
como intermediária, ao lado de
Espanha e Suíça, para uma negociação entre o governo e as
Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia), pela libertação de reféns seqüestrados pela guerrilha. Desde 2002,
a ex-candidata presidencial
franco-colombiana Ingrid Betancour é mantida refém pelas
Farc, com mais 58 pessoas.
A agência de notícias Anncol
divulgou comunicado em que
as Farc criticam a reeleição e
ameaçam com atos de violência. "Nos próximos quatro
anos, os colombianos devem
estar preparados. Eleger Álvaro
Uribe Vélez foi eleger a guerra,
os assassinatos, os massacres,
os desaparecimentos, apoiar a
impunidade de grupos narcoparamilitares", diz o texto.
As famílias dos seqüestrados
manifestaram preocupação.
"Apesar de que a vitória já estava cantada, me doeu muito que
o presidente nem sequer tenha
mencionado o tema em seu discurso", disse ontem Yolanda
Pulecio, mãe de Betancour.
Com agências internacionais
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