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Coalizão dá amplo espaço de manobra no Congresso durante novo mandato
DA ENVIADA A BOGOTÁ
Além de ter sido reeleito com
amplo respaldo popular, o presidente da Colômbia, Álvaro
Uribe, tem um trunfo adicional
em seu segundo mandato: uma
ampla maioria no Congresso,
que lhe permite aprovar qualquer iniciativa de reforma.
Analistas questionam, porém, a solidez dessa bancada e
sua manutenção ao longo dos
próximos quatro anos.
Ex-liberal, Uribe não tem hoje um partido próprio. Ao todo
as agremiações ditas uribistas
com representação no Congresso são seis: Partido Conservador, Partido da U, Mudança
Radical, Convergência Cidadã,
Asas Equipe e Colômbia Democrática.
Juntos, esses partidos somam 96 das 163 cadeiras na Câmara dos Deputados. Têm ainda 68 do total de 102 senadores.
"Claramente essa maioria avassaladora vai permitir a Uribe
em um primeiro momento passar projetos e inclusive propor
reformas constitucionais que o
favoreçam", disse Elizabeth
Ungar, professora de Ciência
Política da Universidad de los
Andes.
"Nesses próximos anos, por
exemplo, o Congresso vai eleger indiretamente tanto os
membros das altas cortes como
dos organismos de controle, o
que pode aumentar ainda mais
o poder do presidente."
"Mas a pergunta que se deve
fazer neste momento é quanto
tempo vai durar essa coalizão
de partidos que responderam
claramente a uma conjuntura
eleitoral e que chegaram ao
Congresso em grande medida
em torno da popularidade do
presidente", avaliou Ungar.
Um dos projetos principais
do primeiro governo Uribe, o
Tratado de Livre Comércio
com os EUA, também deve passar pela aprovação do Congresso nos próximos meses. Fala-se
ainda de reformas dos sistemas
previdenciário e tributário.
Analistas também mencionam a possibilidade de que Uribe tente aprovar uma reforma
que lhe permita uma terceira
reeleição. Proposta nesse sentido foi levantada na última semana por um parlamentar conservador, mas rejeitada "terminantemente" por Uribe dias
depois.
Para o pesquisador Napoleón
Franco, Uribe deve começar a
enfrentar problemas depois do
primeiro ano de governo. "Haverá um espiral insaciável de
demanda de necessidades. Dos
100 pontos do primeiro programa de governo, apenas 25 foram cumpridos. E houve novas
promessas nesta campanha",
afirma.
(CVN)
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