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Dois ex-presidentes lutam por 2º mandato
DO ENVIADO ESPECIAL
Dois ex-presidentes lutam por
um segundo mandato.
O liberal Gonzalo Sánchez de
Lozada foi presidente da Bolívia
de 1993 a 1997. Ele é um empresário do setor mineiro de 71 anos de
idade e conhecido como Goni
-ou gringo, para seus detratores.
Segundo nas intenções de voto
(17%), ele segue de perto Manfred
Reyes Villa, que tem 20%.
O social democrata Jaime Paz
Zamora, 61, presidente de 1989 a
1993, é o terceiro nas pesquisas,
com 13% das intenções de voto.
Filho de um militar, Paz Zamora
fundou na década de 70, na clandestinidade, o Movimento da Esquerda Revolucionária (MIR),
para combater a ditadura de Hugo Banzer (1971-78). Por ironia,
ele acabou sendo um dos principais colaboradores de Banzer
quando este voltou ao poder pela
eleição direta.
Goni lidera o MNR (Movimento Nacionalista Revolucionário),
partido com mais de 50 anos de
existência. O MNR, apesar de ter
nascido com o objetivo de fazer a
reforma agrária e de ter nacionalizado as minas de estanho durante
a revolução de 1952, é hoje o mais
afinado com as exigências e imposições do FMI (Fundo Monetário Internacional).
Há algumas curiosidades na vida de Sánchez de Lozada. Depois
de estudar filosofia na Universidade de Chicago, ele começou a
seguir a carreira de cineasta nos
EUA. Voltando à Bolívia, engajou-se na política.
Mais ou menos na mesma época em que Sánchez de Lozada se
elegia deputado pela primeira vez,
no fim dos anos 70, Jaime Paz Zamora sobrevivia miraculosamente a um acidente aéreo supostamente provocado por uma organização paramilitar. Seu rosto
ainda exibe as grandes marcas
deixadas pelo acidente.
Fiel da balança
Paz Zamora deve ser o fiel da balança no segundo turno.
O MIR deve ocupar de 23 a 25
cadeiras na Câmara Baixa, com
mais 2 ou 3 senadores.
Já o MNR deve continuar a controlar a máquina política mais eficiente do país. Uma prova disso é
que Goni vence Reyes na zona rural: ele pode chegar a 19%, contra
15% de Evo Morales e 15% de
Manfred Reyes.
As propostas de Sánchez de Lozada também vão na direção da
maior participação do Estado na
economia.
De imediato, Goni promete implementar uma política de obras
públicas para gerar mais empregos.
Já Paz Zamora prega a "refundação" das companhias bolivianas de gás e petróleo -um eufemismo para a maior participação
do governo na administração das
ricas jazidas bolivianas.
Ele propõe também que os impostos sobre o gás sejam aumentados consideravelmente.
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