|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Conhecer bem o empreendimento mostra alternativas reais e possibilita mudar no tempo certo
Plano ganha eficácia se feito pelo dono
FREE-LANCE PARA A FOLHA
"A pessoa mais indicada para
fazer o plano é o próprio empreendedor." A afirmação, do
consultor de empresas Cesar Souza, vem com a justificativa de que
ninguém conhece tão bem o negócio como quem se responsabiliza por sua gestão.
"Os outros, feitos por experts ou
acadêmicos, acaba sendo um plano burocrático, quase que um formulário a ser preenchido tecnicamente. O bom plano de negócio é
feito pelos líderes que nele colocam não apenas suas idéias, mas
suas emoções", defende.
Alexandre Zanata, consultor de
administração e negócios do Senac-SP, ressalva que há a necessidade de ter tempo e alguma experiência: "O empresário também
precisa dominar a ferramenta utilizada e aplicar os conceitos adequados, além de estar antenado
ao ambiente externo, à concorrência e ao mercado", enumera.
Na hora de selecionar o que vale
a pena incluir no plano e o que se
mostra irrelevante, Zanata diz
que custos como consumo de
energia elétrica e água não precisam ser estimados. "Ele deve dar
atenção a custos mais importantes, como os de produção, de manutenção e de administração do
estoque", exemplifica.
"Fatores externos", diz Souza,
"devem ser levados em conta,
mas [o plano] não pode virar
exercício de futurologia". "A taxa
de juros é importante, assim como as eleições municipais, para
quem tem contratos com prefeituras, mas o plano de negócios
não pode virar uma adivinhação."
Pé no chão
Em vez de ficar no mundo das
hipóteses, o mais sensato é ater-se
a fatores concretos, e, sempre que
possível, transformar esses fatores em números. "Identificadas as
dificuldades passadas no ano anterior e as metas almejadas, o proprietário de uma empresa tem de
quantificar isso. Qualquer atitude
deve ser transformada em valores, e não ter essa consciência é o
ponto fraco de muitos empreendedores", relata Zanata.
A importância de o próprio empresário elaborar o plano de negócios, ou ao menos conseguir
compreendê-lo, surge com o passar dos dias. "São raros os casos
em que o plano se cumpre exatamente como foi feito", afirma
Marco Gregori, coordenador do
Centro de Empreendedorismo e
Inovação da BSP. "Ele sempre
tem um propósito para ser feito,
que é validar a idéia, ver se faz sentido e se as propostas são viáveis."
Mas, se alguma meta começa a
se mostrar irreal, o plano deve ser
modificado -e perceber isso a
tempo faz toda a diferença. "Não
pode ser um dogma", diz Souza.
Luiz Soares, consultor da Pieracciani, completa: "É como um mapa. Há sempre a probabilidade de
errar, mas o risco diminui e, munido de informações corretas, aumentam as chances de corrigir".
Texto Anterior: Durante café, sócios divulgam planos à equipe Próximo Texto: Meta tem de ser realista, diz empresário Índice
|