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Preços convidativos, pacotes especiais de férias e
serviços ao ar livre ajudam empresas a manter faturamento
"Estiagem" de clientes exige saídas criativas
FREE-LANCE PARA A FOLHA
Se faltou planejamento para
aguentar a "seca" de verão ou então se o empresário simplesmente
não se conforma com a queda no
faturamento e quer tomar uma
atitude, promoções, alterações no
mix de produtos e uma mudança
no visual do negócio podem ser
soluções para enfrentar a crise.
"É o janeiro negro", sintetiza a
gerente de marketing da Regatta
Tecidos, Lucila Dória. Segundo
ela, o mês que marca o auge do verão é visto como a pior época do
ano para o setor de decoração.
Para contornar a situação e minimizar as perdas, a solução encontrada pela loja de tecidos foi
agarrar o cliente pelo bolso. "Oferecemos descontos de 10% a 70%
em toda a linha de produtos."
Com esse tipo de iniciativa a
empresa aumenta as vendas (em
volume de tecidos) em 30%, mas,
proporcionalmente, com os descontos perde até 30% do faturamento real em comparação com
os meses do final do ano.
Vale a pena? Dória diz que sim.
"É um jeito de renovar o estoque e
de cativar um público diferente,
não-habitual. Além disso, não
deixamos os funcionários na
ociosidade, eles não perdem a
motivação", avalia.
Intensivo
Prestadores de serviço também
podem dar um jeitinho para não
perderem o fôlego durante a estação. Além de oferecer descontos,
nessa área, o mais interessante é
montar "pacotes" diferenciados.
Proprietária da escola de italiano Centro Cultural Brasil Itália,
Eliana Silvestri Guião, 28, apostou
em cursos intensivos como forma
de manter parte dos seus alunos
em janeiro e fevereiro.
Com a proposta de ministrar
em cinco semanas o conteúdo de
quatro meses de aulas extensivas,
ela espera contar com pelo menos
60 alunos durante o verão.
O número não traz grande lucro
para a escola, que hoje tem 250 estudantes, mas ao menos cobre os
custos fixos. "Para a escola é excelente, senão ficaríamos muito
tempo sem aula e tendo de pagar
os funcionários, os impostos e o
aluguel", avalia Silvestri Guião.
"O verão é uma batalha, mas a
gente tem de ir até o fim. Caso
contrário, fica no prejuízo."
Outras escolas optaram por oferecer cursos de inglês ao ar livre
como forma de motivar os estudantes que querem aprender, mas
não querem passar o verão enfurnados dentro de uma sala.
A King's Cross montou o "Holiday In The Sun", curso individual
que alterna aulas em sala e em
parques ou restaurantes. Já a
Bridge Sistema de Inglês criou o
"Fitness English", cujas aulas
acontecerão em dezembro e janeiro durante caminhadas matinais, nos parques da Água Branca
e Ibirapuera, em São Paulo.
"Happy hour"
Percival Maricato, conselheiro
da Abredi (Associação dos Bares e
Restaurantes Diferenciados) de
São Paulo, recomenda que quem
tem bar ou restaurante prepare a
casa especialmente para receber
clientes de "happy hour". "Esse
horário fica mais disputado com a
chegada do verão, as tardes têm
mais luz, duram mais e estimulam as pessoas a sair", diz.
Outras dicas que ele elenca são:
colocar algumas mesas na calçada, checar se o ar-condicionado
está funcionando corretamente e,
quando possível, transferir a sede
do negócio para o litoral.
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