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ESTRATÉGIA
Em evento do Sebrae, especialistas reforçam a necessidade de investir nas embalagens
Design do produto molda negociação
DA REPORTAGEM LOCAL
Se você é daqueles que consideram a embalagem um item supérfluo, atenção. Ela está entre os
principais determinantes de sucesso ou fracasso para empresas
de pequeno e médio porte.
A afirmação foi o ponto de partida da palestra "Pequenas Empresas Ganham com Design",
apresentada na última terça-feira
pelo designer Fábio Mestriner,
durante o seminário Brasil Design
Diversidade Negócios, promovido pelo Sebrae (Serviço Nacional
de Apoio às Micro e Pequenas
Empresas), em São Paulo.
Presidente da Abre (Associação
Brasileira de Embalagens) e titular da Packing, agência especializada em design de embalagens,
Mestriner afirmou que dispor de
um invólucro adequado ao produto é uma estratégia importante
para ter boas negociações.
"A embalagem apropriada
agrega valor ao produto e ajuda a
fechar vendas com potenciais
compradores, como as grandes
redes de supermercados", disse.
Entre seus projetos, Mestriner
desenvolveu uma série de garrafas para um fabricante de cachaça
(que visava ao mercado de exportação), latas e caixas refinadas para uma linha de queijos de cabra.
Para o especialista, apesar de a
embalagem ser a mais importante
interface entre o produto e o consumidor final, não existe ainda
uma cultura empresarial de investimento para esse fim.
"O pequeno empresário ainda
se preocupa pouco com o design,
acha que procurar especialistas
vai custar muito caro e desconhece o caminho para entrar em contato com as agências do ramo."
Para tentar mudar esse quadro,
a Abre e o Sebrae estão desenvolvendo um convênio que permitirá maior acesso das pequenas e
médias empresas às agências desenvolvedoras de design.
"O convênio vai ser lançado no
próximo ano e envolverá subsídios. Até lá, os empresários vão
poder recorrer a uma apostila desenvolvida pela Abre que oferece
as principais orientações necessárias para quem precisa encomendar um projeto de embalagem",
explicou Mestriner.
O material é fornecido gratuitamente pela associação (informações: 0/xx/11/3082-9722).
Pesquisa e inovação
As grandes marcas já sabem da
importância da embalagem para
as negociações. A Café do Ponto,
por exemplo, põe nas prateleiras,
a partir deste mês, o resultado de
um ano de pesquisas realizadas
com consumidores. O trabalho
consumiu a quantia de R$ 3,5 milhões em desenvolvimento.
"Chamamos de "ideal pack", a
embalagem dos sonhos", define a
gerente de marketing Lílian Miranda. "Para chegarmos a ela, realizamos sucessivas entrevistas
com consumidores da marca e repetimos experimentos até atingir
o atual resultado", relata.
A embalagem é uma espécie de
pacote a vácuo, com um selo autocolante que facilita a abertura e
o fechamento. "Ela atende a solicitações do público de não ter de
pôr o pó em outro recipiente e
dispensa o uso de objetos cortantes na abertura", diz Miranda.
Segundo ela, a grande vantagem
da inovação foi ampliar a validade
do conteúdo de três meses para
um ano e não encarecer o produto para o consumidor.
"A "ideal pack" é apenas 8%
mais cara que o modelo anterior.
Não vai pesar no bolso de quem
compra. Essa foi uma das nossas
maiores preocupações."
Outra que apostou em embalagens diferenciadas para incrementar os lucros foi a Fachga
Chocolatier, fábrica paulistana de
chocolates e bombons refinados.
Para vender mais nas festas de
final de ano, a empresa trouxe ao
mercado uma linha de bombons
exóticos, com sabores como pimenta e gengibre, embalados em
caixas com acabamento artesanal
em palha e madeira.
A proprietária, Lúcia Fachga,
conta que a embalagem sempre
esteve entre as suas preocupações.
"Aparência é fundamental para
transmitir a idéia de qualidade",
explica.
(TD)
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