São Paulo, domingo, 08 de dezembro de 2002


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ESTRATÉGIA

Em evento do Sebrae, especialistas reforçam a necessidade de investir nas embalagens

Design do produto molda negociação

DA REPORTAGEM LOCAL

Se você é daqueles que consideram a embalagem um item supérfluo, atenção. Ela está entre os principais determinantes de sucesso ou fracasso para empresas de pequeno e médio porte.
A afirmação foi o ponto de partida da palestra "Pequenas Empresas Ganham com Design", apresentada na última terça-feira pelo designer Fábio Mestriner, durante o seminário Brasil Design Diversidade Negócios, promovido pelo Sebrae (Serviço Nacional de Apoio às Micro e Pequenas Empresas), em São Paulo.
Presidente da Abre (Associação Brasileira de Embalagens) e titular da Packing, agência especializada em design de embalagens, Mestriner afirmou que dispor de um invólucro adequado ao produto é uma estratégia importante para ter boas negociações.
"A embalagem apropriada agrega valor ao produto e ajuda a fechar vendas com potenciais compradores, como as grandes redes de supermercados", disse.
Entre seus projetos, Mestriner desenvolveu uma série de garrafas para um fabricante de cachaça (que visava ao mercado de exportação), latas e caixas refinadas para uma linha de queijos de cabra.
Para o especialista, apesar de a embalagem ser a mais importante interface entre o produto e o consumidor final, não existe ainda uma cultura empresarial de investimento para esse fim.
"O pequeno empresário ainda se preocupa pouco com o design, acha que procurar especialistas vai custar muito caro e desconhece o caminho para entrar em contato com as agências do ramo."
Para tentar mudar esse quadro, a Abre e o Sebrae estão desenvolvendo um convênio que permitirá maior acesso das pequenas e médias empresas às agências desenvolvedoras de design.
"O convênio vai ser lançado no próximo ano e envolverá subsídios. Até lá, os empresários vão poder recorrer a uma apostila desenvolvida pela Abre que oferece as principais orientações necessárias para quem precisa encomendar um projeto de embalagem", explicou Mestriner.
O material é fornecido gratuitamente pela associação (informações: 0/xx/11/3082-9722).

Pesquisa e inovação
As grandes marcas já sabem da importância da embalagem para as negociações. A Café do Ponto, por exemplo, põe nas prateleiras, a partir deste mês, o resultado de um ano de pesquisas realizadas com consumidores. O trabalho consumiu a quantia de R$ 3,5 milhões em desenvolvimento.
"Chamamos de "ideal pack", a embalagem dos sonhos", define a gerente de marketing Lílian Miranda. "Para chegarmos a ela, realizamos sucessivas entrevistas com consumidores da marca e repetimos experimentos até atingir o atual resultado", relata.
A embalagem é uma espécie de pacote a vácuo, com um selo autocolante que facilita a abertura e o fechamento. "Ela atende a solicitações do público de não ter de pôr o pó em outro recipiente e dispensa o uso de objetos cortantes na abertura", diz Miranda.
Segundo ela, a grande vantagem da inovação foi ampliar a validade do conteúdo de três meses para um ano e não encarecer o produto para o consumidor.
"A "ideal pack" é apenas 8% mais cara que o modelo anterior. Não vai pesar no bolso de quem compra. Essa foi uma das nossas maiores preocupações."
Outra que apostou em embalagens diferenciadas para incrementar os lucros foi a Fachga Chocolatier, fábrica paulistana de chocolates e bombons refinados.
Para vender mais nas festas de final de ano, a empresa trouxe ao mercado uma linha de bombons exóticos, com sabores como pimenta e gengibre, embalados em caixas com acabamento artesanal em palha e madeira.
A proprietária, Lúcia Fachga, conta que a embalagem sempre esteve entre as suas preocupações. "Aparência é fundamental para transmitir a idéia de qualidade", explica. (TD)


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