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Acordo com FMI não surte efeito imediato para financiamentos a negócios de porte reduzido
Crédito a empresas continua restrito
DA REDAÇÃO
O acordo feito com o FMI (Fundo Monetário Internacional), que
liberou US$ 30 bilhões para o país,
serviu de alívio para o mercado ao
frear a escalada do dólar e diminuir o risco Brasil. Mas, no que se
refere à oferta de linhas de crédito
para os empreendedores, o resultado não deve ser tão imediato.
"No curto prazo, o cenário não
muda para as empresas de micro,
pequeno e médio portes. O processo eleitoral ainda gera incertezas para os bancos, e eles continuam restritivos, apesar do acordo firmado com o FMI", afirma
Claudio Luiz Miquelin, diretor da
área de crédito da Fiesp.
Odair Abate, do Lloyds TSB,
concorda. "A questão não é o
câmbio. Se o clima de insegurança estiver rondando, as instituições financeiras ficam mais austeras. A liberação de crédito para
produção se torna mais difícil,
mais cara e em volume menor, o
que dificulta principalmente solicitações feitas por pequenos empreendedores", analisa Abate.
Burocracia
A empresária Maria Paula Del
Bianco, 35, sócia-gerente da Del
Bianco Internacional, de bijuterias artesanais, já sentiu dificuldades em obter financiamentos para
a exportação. Há aproximadamente um ano a empresa tem
clientes em Portugal e na França.
"Nem levei adiante porque o
banco exigia a elaboração de um
histórico de exportação. Como
não temos uma clientela fixa no
exterior, não havia esse relatório."
"O que as instituições financeiras não entendem é que era justamente para isso que eu precisava
do crédito. Nunca terei histórico
se não houver quem acredite e me
ajude a construir um", emenda.
A procura de empresários de
pequeno porte por crédito tem
crescido. No Banco do Brasil, instituição que ocupa o primeiro lugar no ranking das mais procuradas por financiamentos do
BNDES, por exemplo, desde março, há um crescimento de 5% a
6% no volume de créditos.
"E a procura maior não é pela linha do BNDES, mas pela que oferece capital de giro, incluindo antecipação de recebíveis, a grande
necessidade das pequenas", diz
Ronaldo Pozza, gerente da divisão de varejo do banco, que contabiliza 300 mil clientes no produto específico para capital de giro.
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