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Isenção de taxas e parcelamento também atraem franqueados; negócio não está isento de riscos
Desconto é a principal arma de sedução
FREE-LANCE PARA A FOLHA
Animadas com os bons resultados da concentração de unidades
-que tende a diminuir o risco de
insucesso da loja-, franqueadoras criaram políticas internas para
impulsionar o fenômeno.
Como a franquia aberta por
quem já tem experiência exige
menos gastos da rede (com treinamento, supervisão e manuais,
por exemplo), os descontos e
a isenção de taxas são as principais armas para levar franqueados a abrir outra loja ou a comprar unidades que não apresentam bom desempenho.
Empresas como Sol & Sabão
(lavanderia) e Golden Services
(serviços de conservação e renovação) já utilizaram até mesmo
técnicas que lembram as vendas
no varejo para convencer os franqueados a acumular franquias.
No ano passado, a Sol & Sabão
criou campanha do tipo "leve seis
franquias e pague cinco". Já a Golden Services anunciou que seus
franqueados podem abrir uma
unidade da tinturaria da rede sem
pagar taxa de franquia.
Na BIT Company (escola de informática), o franqueado "reincidente" tem 50% de desconto na
taxa de adesão e pode parcelar o
valor em até dez vezes. Já a rede
Braccialetto (de acessórios pessoais e presentes) promete treinamento em gestão de pequenas redes e maior prazo para pagamento do primeiro estoque.
Wizard, Skill, Centro Cultural
Americano, CNA, Microsiga, Data Byte, Livraria Nobel, S.O.S.
Computadores, Mundo Verde,
Strutura, Quality Cleaners, Montana Grill Express e a portuguesa
Onebiz, entre outras marcas, também têm políticas de incentivo.
Prós e contras
Entre as vantagens para o franqueado, além da possibilidade de
aumentar os lucros, está o fato de
poder usar uma das lojas como
"pulmão" das demais. Isso significa centralizar estoques, no caso
de uma loja de vestuário, ou o maquinário, no caso de uma franquia de revelação de filmes fotográficos, por exemplo.
O principal cuidado deve ser
com o planejamento, sobretudo
para evitar o problema da deseconomia de escala (altos custos fixos). Exemplificando: pode ser
que o mesmo coordenador pedagógico consiga cuidar de quatro
escolas de idiomas; para abrir
uma quinta unidade, será inevitável contratar outro coordenador.
Para a rede, as principais ameaças são o franqueado passar a ter
um desempenho ruim ou decidir
trocar de bandeira. "Apostar no
acúmulo é colocar muitos ovos na
mesma cesta. Pode ser uma cesta
melhor, mas isso não dispensa a
análise de riscos", recomenda
Anette Trompeter, diretora-executiva da ABF (Associação Brasileira de Franchising).
O acúmulo pode ter conseqüências variadas. Na Spedini Trattoria Expressa, Lúcio Costa, 44, e
seu sócio, Akihiro Yamada, 41,
eram donos de 3 das 12 franquias
da rede. A gestão deu tão certo
que eles trocaram de posto: compraram a franqueadora.
Já Ruy de Souza Queiroz Filho,
43, franqueado da Datasul (setor
de softwares), batizou de "Datasul
Bandeirantes" as suas cinco unidades. "Tive de pedir autorização
para unificar o nome", conta. Segundo ele, não há nenhuma intenção de mudar de bandeira. "Eu
perderia toda a clientela."
(BL)
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