São Paulo, domingo, 15 de setembro de 2002


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ESTRATÉGIA

Fornecedor é parceiro no negócio

Mais que um provedor de matéria-prima, dele depende a qualidade do produto ou do serviço

Mais que um provedor de matéria-prima para o negócio, o fornecedor deve ser visto como um parceiro do empreendedor. Afinal, dele dependerá a qualidade do produto ou do serviço oferecido pela sua empresa.
O capital tem de girar o mais rapidamente possível. Assim, o empresário precisa trabalhar com o mínimo de estoque, desde que o produto não falte. Esses princípios devem orientar a opção pelo fornecedor.

Na hora da escolha, é importante avaliar aspectos como histórico do fornecedor, solidez, saúde financeira, tradição de desempenho, capacidade de fornecimento.

A situação ideal é aquela em que o empresário e o fornecedor estudam juntos suas produções, visando à otimização na programação de entregas.

Confiança e integração devem guiar a relação. Ambos precisam ter liberdade para opinar sobre melhorias no produto e/ou nos serviços.

A proximidade física do fornecedor agiliza prazos e operações, além de diminuir custos.

O pequeno empreendedor tem pouco poder de barganha na negociação de preços e de condições de pagamento com os fornecedores, principalmente se eles forem grandes organizações.
Uma saída pode ser a associação entre pequenos empresários para obter ganhos de escala na aquisição dos componentes.

A estratégia deve orientar a opção. Se a idéia é ganhar mercado com preços baixos, devem-se priorizar fornecedores baratos, mesmo que não possuam uma qualificação diferenciada. Se, por outro lado, o objetivo é conquistar o cliente com um produto ou serviço de qualidade superior, o fornecedor também terá de obedecer a um padrão de excelência, mesmo que seja a custos mais altos.

Tenha ""na manga" um leque de opções. Se o seu fornecedor deixá-lo na mão por alguma eventualidade, fica mais fácil contornar o problema recorrendo a um suplente. Para tanto, é preciso estabelecer uma network (rede de contatos) no segmento de atuação.

DEFINIÇÃO DO PREÇO

Quanto os clientes dispõem a pagar por meu produto ou pelo meu serviço? Essa pergunta é o ponto de partida para a definição de preços no negócio. A decisão parte, então, da relação entre oferta e procura, e não da estrutura de custos, que precisa se enquadrar nos parâmetros definidos pelo mercado, para que seja, então, estabelecida a margem de lucro.

O empreendedor não pode operar no vermelho. Quanto mais enxutos os custos fixos e os variáveis, maior será a margem de lucro e a capacidade competitiva.

O preço também está relacionado com posicionamento estratégico. Podem-se ter como base os produtos concorrentes.

Pode-se cobrar mais se é oferecido algo que agrega valor ao produto ou serviço, como assistência técnica pós- venda.

Se não há concorrentes para o produto, ou seja, ele é pioneiro, há a possibilidade de uma margem de lucro maior, pois os consumidores não têm parâmetros.

Segundo o conceito de mix de produtos, a empresa pode buscar uma combinação entre preços de diversos itens para otimizar o lucro. Se é preciso reduzir a margem de um produto que enfrenta dificuldades no mercado, eleva-se o preço de outro que tem clientela garantida: no todo, o resultado será positivo.

O preço deve levar em conta a capacidade de produção. Se há decisão de abaixá-lo, a demanda tende a aumentar, e é preciso ter condições de atendê-la.

SISTEMAS DE PAGAMENTO

Pesquisa realizada pelo Sebrae-SP revela que 13% dos empresários paulistas alegam que faliram por inadimplência dos clientes. Por isso há uma grande preocupação do empreendedor quanto ao efetivo recebimento por seus produtos ou serviços.

A pequena empresa trabalhava muito com cheques, inclusive os pré-datados. Hoje, há desconfiança, por ser arriscado. Recomenda-se, nesses casos, sistematizar consultas a serviços de proteção ao crédito, que cobram uma taxa pelas informações.

Outra alternativa é o cheque eletrônico (débito automático na conta do cliente).

Constituir um cadastro minucioso da clientela ajuda a evitar problemas com maus pagadores.

Cartões de crédito são mais seguros, mas perdem na liquidez, já que o empresário pode levar um mês para receber o dinheiro. Outro problema: as taxas cobradas pelas administradoras.


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