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Centrais de negócios têm desde o formato de cooperativas até o de franquias
Tipo de união determina os benefícios
FREE-LANCE PARA A FOLHA
Como não há legislação que determina como devem ser constituídas as centrais de negócios no
país, surgiram diversas formas
para pôr o modelo em prática.
Parcerias informais, cooperativas, associações sem fins lucrativos, empresas de sociedade limitada e até mesmo franquias operam hoje no Brasil como centrais
de negócios. Na hora das compras, considerada o pontapé inicial para o crescimento das centrais, entretanto, aparecem as limitações de cada formato.
Se as parcerias informais enfrentam diversas dificuldades para obter vantagens com alguns
fornecedores, que querem provas
do acordo entre os empresários,
as cooperativas, formadas por
empresários (pessoas físicas) só
conseguem adquirir produtos
com vistas ao consumo final.
Nas associações, as reclamações
são sobre a impossibilidade de
constituir um único centro de
compras, com depósito conjunto,
pois é preciso faturar todas as
mercadorias individualmente.
As sociedades limitadas, por sua
vez, alegam que o maior problema que encaram é a bitributação,
já que novos impostos são pagos
quando a central repassa os produtos aos seus membros.
Já as franquias, que têm legislação própria, têm de abrir mão de
boa parte da flexibilidade das
ações -tida como o maior atrativo das centrais de negócios.
"Há diversos empecilhos para o
crescimento", afirma Edison Tamasia, 41, que representa 25 centrais de negócios no ramo farmacêutico. "Como não há legislação,
cada um faz de um jeito. Dependendo do ICMS do Estado, um
formato pode compensar mais do
que o outro", explica.
Segundo ele, por causa dos tributos, dentro de cerca de 7.000
produtos comercializados pela
FarmaVip, somente cerca de cem,
da área de perfumaria, são efetivamente comprados pela central
(empresa) e revendidos para os
membros mantendo as vantagens
de preço.
"É uma fase ainda incipiente,
mas isso vai se tornar um ponto
crítico lá na frente. Todos [os formatos] não podem estar no mesmo barco", aponta o consultor
João Francisco Kasper, que atua
na área de supermercados.
Além dos obstáculos externos,
cabe aos empresários superar as
desavenças para caminhar juntos.
"Não é difícil organizar [uma central]. O problema é manter o grupo e crescer, pois isso exige a participação de todos", ensina Benedito Zurita, gerente do núcleo de
ações associativas do Sebrae-SP
(Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas de São Paulo).
"É preciso fazer concessões e abrir
mão de algumas coisas", pondera.
Serviços
Segundo pesquisa no setor varejista, os serviços mais utilizados
pelos associados das centrais são,
respectivamente, as negociações
com fornecedores (87,6%), os
panfletos de propaganda (73,6%),
a padronização de fachada
(61,2%), a propaganda no rádio
(60,2%), a orientação sobre mix
de produtos (56,7%), a comunicação interna da loja (56,2%), a propaganda na TV (54,7%), o treinamento de pessoal (53,2%), o layout da loja (52,2%) e a publicidade em jornais (50,7%).
A utilização desses serviços, no
entanto, muitas vezes depende
apenas da criatividade dos associados. Convênios entre centrais
de negócios de ramos distintos e
vantagens na contratação de seguros ainda são benefícios pouco
explorados, segundo o Sebrae-SP.
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