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NEGÓCIO EM FOCO
País é o sexto do mundo no ramo, mas serviço de revenda já aponta sinais de saturação
Mercado de água tem sede de lucro
VINÍCIUS ALBUQUERQUE
FREE-LANCE PARA A FOLHA
Com cerca de 110 marcas disputando a clientela e graças à forte
proliferação dos serviços de entrega, o mercado de venda de
água mineral começa a dar sinais
de saturação. Entre 1995 e 2001, o
setor cresceu cerca de 20% ao ano.
Em 2002, o índice ficou em 9%.
Verificada nas três principais
regiões de consumo de água mineral do país (São Paulo, Minas
Gerais e Pernambuco), a queda se
deve, segundo a Abinam (Associação das Indústrias de Água Mineral) à redução do poder de
compra do consumidor e ao excesso de oferta dos garrafões de 20
litros -que barateou o produto.
Só no Estado de São Paulo existem 15 mil revendedores de galões
de 20 litros (usados na maioria
dos bebedouros domésticos).
Mas, para o coordenador-geral
do Provar (Programa de Administração de Varejo), da USP
(Universidade de São Paulo),
Claúdio Felizoli, o segmento ainda é promissor por causa da
"crescente preocupação com o
consumo de produtos saudáveis e
graças à maior concentração de
pessoas em áreas urbanas".
A infra-estrutura necessária para começar um negócio na área é
simples: com investimento inicial
de R$ 5.000, um salão comercial e
até três pessoas é possível abrir
uma loja. Já para minar uma nova
fonte de captação de água é preciso capital de R$ 100 mil.
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Em 2002, foram engarrafados e
consumidos 4,7 bilhões de litros
de água no país, 400 milhões de litros a mais do que em 2001. O
consumo per capita passou da
média nacional de 24,9 para 27 litros por ano. Segundo a Abinam,
o Brasil é o sexto maior produtor
de água mineral do mundo, mas
apenas 10% da população brasileira consome água mineral.
Controle de qualidade é o que a
associação do setor quer estabelecer no mercado, com a criação do
Selo Abinam de Qualidade. Até
agora, 25 marcas já participam do
processo de certificação, realizado
pela empresa norte-americana
NSF International, especializada
em certificação de qualidade.
"O consumidor ainda não
aprendeu a comprar água mineral. No caso dos garrafões, por
exemplo, quem compra não sabe
como é acondicionado o produto,
nem exige laudo de qualidade da
fonte", diz Carlos Alberto Lancia,
presidente da Abinam.
De acordo com normas da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), os garrafões de
água mineral não podem ser colocados no chão, nem mesmo
quando vazios, nem estocados
próximos a produtos de limpeza.
A agência proíbe, ainda, a venda
de garrafões em postos de gasolina, onde há risco de contaminação. A vida útil de um garrafão é
de, no máximo, dois anos.
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