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Sem mudança de hábito, consultoria não ajuda
DA REPORTAGEM LOCAL
Se a opção por um check-up é o
caminho para reduzir as dificuldades do negócio, a guinada definitiva depende também de outros
elementos, como treinamento de
pessoal e mudança de cultura.
"Uma empresa que vivencia
uma situação de fraude após crescer de forma desordenada precisa
reeducar seus funcionários a não
pensar que é fácil roubar", ilustra
Marcelo Alcides Gomes, 39, diretor da GBE Peritos, especializada
em investigação de fraudes.
Para Ricardo Rodil, 56, diretor
da Villas Rodil Gorioux Faro, otimizar as finanças vai além de elaborar um projeto que proporcione o equilíbrio entre faturamento
e despesas.
"O empresário precisa perceber
que os registros de contabilidade
oferecem informações importantes para conhecer melhor o negócio. Para tanto, uma cultura de
controle deve ser difundida na
companhia", diz o especialista.
Nos projetos com soluções tecnológicas, o treinamento do pessoal é outra premissa básica. "O
sistema só é bem aproveitado se
todos os usuários passarem por
um processo intenso de familiarização", observa Mirian Bretzker,
da Bretzker Consultoria.
Mudar as práticas de contratação a fim de evitar gastos com
ações trabalhistas é outra política
que encontra resistência.
"O uso indevido do contrato
temporário é uma prática muito
comum no mercado", diz a especialista em direito trabalhista
Glauce Vistochi Santos, 30, da
Freire Advogados & Associados.
"De acordo com a legislação,
trabalho temporário só pode durar, no máximo, 180 dias. Passando disso, já é caracterizado vínculo empregatício. Manter essa informalidade é uma economia que
pode custar caro no final."
Indefinição
A falta de definição de cargos e
de responsabilidades, comum nas
pequenas e médias empresas, é
outra prática a ser combatida.
"As pessoas não devem trabalhar em esquema de mutirão, sem
atribuições bem definidas", declara Frederico Eigenhier, consultor de recursos humanos.
Ele aponta ainda a inexistência
de benefícios como outro obstáculo a ser superado. "Como a média empresa não possui muitos
funcionários, é preciso conquistar
os bons oferecendo, por exemplo,
um plano de associação. Caso
contrário, é grande o risco de perdê-los para os concorrentes maiores, comprometendo o bom funcionamento do processo."
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