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FINANÇAS
Instituições antecipam valor a ser recebido nesse tipo de pagamento; juro chega a 3,2% ao mês
Banco adianta venda feita no cartão
MIRELLA DOMENICH
FREE-LANCE PARA A FOLHA
Bancos querem reforçar o rol de
clientes entre pequenos e médios
empresários em suas linhas de antecipação de valores a serem recebidos no cartão de crédito.
Nesses programas, as instituições financeiras adiantam o dinheiro que o comerciante tem a
receber com as vendas no cartão
_e que normalmente demoraria
30 dias para entrar no caixa.
O HSBC, por exemplo, decidiu
fazer uma campanha publicitária
nacional divulgando a redução
em quase 50% de suas taxas de juros cobradas nessas operações.
"Trata-se de uma linha de crédito que ajuda principalmente os
pequenos empresários a reforçar
o seu capital de giro", explica Paulo Renato Steiner, diretor de
"small business" da instituição.
Conhecido no mercado financeiro como antecipação de recebíveis no cartão de crédito, o serviço
é oferecido por diversos bancos
(confira alguns no quadro).
Em troca do adiantamento dos
valores relativos a vendas realizadas no cartão de crédito, os bancos cobram juros de acordo com
o prazo de antecipação e com a relação que a empresa tem com o
banco _em outras palavras, com
as negociações com o gerente.
Há também a operação de antecipação futura, baseada na média
das vendas dos três últimos meses
da empresa no cartão de crédito.
Por serem operações tidas como mais seguras para os bancos,
os juros cobrados nessas situações costumam ser menores do
que em outras operações de crédito (variam de 1,8% a 3,2% ao
mês), devido à garantia real de recebimento do empréstimo.
"As operações de antecipação
no cartão de crédito são saudáveis
para o banco e para a empresa",
diz Celso Mugnela, 45, diretor-adjunto de empréstimos para pessoa jurídica do banco Real.
Para os analistas financeiros, é
importante avaliar a situação.
"Em um ano, esses juros equivalem a quase 40%, e nenhum negócio rende isso", diz Keyler Carvalho Rocha, diretor-vice-presidente do Instituto Brasileiro dos Exe
cutivos de Finanças. Se não der
para ficar sem dívida, ele sugere
embutir os juros no preço do produto e parcelá-lo para o cliente.
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