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São Paulo, domingo, 27 de julho de 2003


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Jogos em rede acalmam festa das crianças

FREE-LANCE PARA A FOLHA

Unanimidade no passado, os palhaços ganharam concorrentes que chegam pelas mãos da tecnologia. Os games, que já haviam penetrado timidamente como atrações nos bufês infantis, conquistam agora novos templos, as "LAN houses".
E, se a correria da criançada deixava as mães de cabelo em pé nos salões de festas, o comportamento nas "LANs" é outro. "A mãe fica sozinha com o bolo depois dos parabéns. A garotada volta correndo para o computador", descreve Alexander Hlebanja, da Cyber LAN. "Meu filho falou para eu nem levar comida, pois eles não teriam tempo", diz a farmacêutica Cláudia Wei, 42, que alugou computadores por três horas para o evento.
Apesar de não apreciar games de luta, Wei optou pela festa tecnológica. "A realidade deles é outra. Se não permito, meu filho fica fora do grupo."
A dona-de-casa Márcia Moraes, 29, viu vantagens. Ela conta que, em 2002, um dos filhos caiu de um brinquedo durante uma festa num bufê e quebrou um dente. "Ficou chato para ele, para a dona do bufê e para o aniversariante. Na "LAN", ficam sentados, sem riscos."
A empresária Rosana Oliva, 37, mãe de André, 10, e Tiago, 13, defende os games, mas com moderação. "Eles adoram", diz Oliva, que promoveu o aniversário de um dos meninos na casa de jogos. "As meninas entraram no site da Barbie, e os garotos jogaram Counter-Strike."
Para alguns pesquisadores, os jogos eletrônicos desenvolvem a coordenação motora. Maria Isabel da Silva Leme, 51, professora do Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo, observa, todavia, que as crianças que se dedicam só aos games "deixam de desenvolver outras capacidades, como a criativa, por meio da arte, e a mental, por meio da leitura".


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