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Jogos em rede
acalmam festa
das crianças
FREE-LANCE PARA A FOLHA
Unanimidade no passado, os
palhaços ganharam concorrentes que chegam pelas mãos
da tecnologia. Os games, que já
haviam penetrado timidamente como atrações nos bufês infantis, conquistam agora novos
templos, as "LAN houses".
E, se a correria da criançada
deixava as mães de cabelo em
pé nos salões de festas, o comportamento nas "LANs" é outro. "A mãe fica sozinha com o
bolo depois dos parabéns. A
garotada volta correndo para o
computador", descreve Alexander Hlebanja, da Cyber
LAN. "Meu filho falou para eu
nem levar comida, pois eles
não teriam tempo", diz a farmacêutica Cláudia Wei, 42, que
alugou computadores por três
horas para o evento.
Apesar de não apreciar games de luta, Wei optou pela
festa tecnológica. "A realidade
deles é outra. Se não permito,
meu filho fica fora do grupo."
A dona-de-casa Márcia Moraes, 29, viu vantagens. Ela conta que, em 2002, um dos filhos
caiu de um brinquedo durante
uma festa num bufê e quebrou
um dente. "Ficou chato para
ele, para a dona do bufê e para
o aniversariante. Na "LAN", ficam sentados, sem riscos."
A empresária Rosana Oliva,
37, mãe de André, 10, e Tiago,
13, defende os games, mas com
moderação. "Eles adoram", diz
Oliva, que promoveu o aniversário de um dos meninos na casa de jogos. "As meninas entraram no site da Barbie, e os garotos jogaram Counter-Strike."
Para alguns pesquisadores,
os jogos eletrônicos desenvolvem a coordenação motora.
Maria Isabel da Silva Leme, 51,
professora do Instituto de Psicologia da Universidade de São
Paulo, observa, todavia, que as
crianças que se dedicam só aos
games "deixam de desenvolver
outras capacidades, como a
criativa, por meio da arte, e a
mental, por meio da leitura".
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