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GESTÃO
Empresas de software esperam ajuizar 500 ações por uso irregular de programas até o fim do ano
"Caça aos piratas" chega às pequenas
ALEXANDRE SAMMOGINI
FREE-LANCE PARA A FOLHA
As pequenas empresas entraram na mira de campanhas e de
ações judiciais contra a pirataria
de softwares. Depois de se concentrar apenas em grandes companhias, a Abes (Associação Brasileira de Empresas de Software)
ampliou o escopo de ação e pretende fechar 2003 com até 500
ações ajuizadas principalmente
contra firmas de até médio porte.
O número representa um crescimento de mais de 100% em relação a 2002, quando foram propostas 240 ações na Justiça. Fora
dos tribunais, as campanhas contra a utilização de softwares irregulares contribuem para que o índice de pirataria no país tenha caído de 77% em 1994 para 55% em
2002. Apesar da queda, o índice
ainda é alto se comparado à média mundial, de cerca de 40%.
"As grandes corporações já se
conscientizaram de que devem
utilizar softwares regulares. Agora estamos focando nossa ação
nas pequenas", confirma André
de Almeida, conselheiro da Abes e
consultor jurídico da Business
Software Alliance -órgão internacional de combate à pirataria.
A meta é reduzir a pirataria em
dez pontos percentuais até 2007.
Crime e castigo
As pesadas multas, que podem
chegar a até 3.000 vezes o valor do
produto pirateado, e a possibilidade de prisão para quem utiliza
programas piratas provocam
apreensão entre os pequenos.
O microempresário C.A.Z., que
não quis se identificar, explica que
já comprou o computador com
software pirata instalado e que
gostaria de regularizar a situação.
"Tenho medo da fiscalização e
já pensei em regularizar, mas os
programas vendidos no mercado
são muito caros", diz. Outro microempresário, D.S., também está
com medo da fiscalização, mas
ainda não decidiu deixar de utilizar programas piratas. "Não estou convencido de que vale a pena
pagar um preço alto por um produto que não me dará retorno."
"Além dos altos preços praticados pelo mercado, o consumidor
ainda não consegue perceber a
vantagem de adquirir o software
proprietário [legalizado] em termos de suporte dos fabricantes",
explica João Paulo Siqueira, professor do MBA em varejo da Universidade de São Paulo.
Regularização
"É necessário reprimir, mas é
importante também apontar alternativas viáveis para a regularização", diz Paula Bellizia, gerente
do segmento de pequenas empresas da Microsoft Brasil. Para incentivar a regularização do uso de
softwares, a fabricante oferece financiamento com juros subsidiados para as pequenas empresas.
Outra opção é o desconto de até
50% no valor dos softwares para
quem compra um computador já
com programas originais.
Para a gerente de marketing da
desenvolvedora Symantec, a principal forma de combater a pirataria é a informação e a prestação de
serviços de qualidade. "Não é apenas uma questão de economia, é
preciso oferecer um suporte eficiente e mostrar isso com ações de
esclarecimento."
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