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GESTÃO
Moda entre grandes empresas, conceito mostra que também pode trazer benefícios às menores
Governança corporativa ganha vez
DA REDAÇÃO
Ética, preocupação com o ambiente, responsabilidade social e,
sobretudo, transparência, controle e equilíbrio societário. Esses
conceitos, que balizam o que se
chama de governança corporativa, já viraram moda nas grandes
empresas. Mas ainda estão distantes das pequenas e médias.
O termo pode assustar inicialmente, mas, ao menos na teoria, é
simples: trata-se de um sistema de
relacionamentos que objetiva
melhorar o desempenho da empresa e facilitar o seu acesso ao capital (leia mais no quadro abaixo).
A expressão abrange principalmente assuntos relativos ao poder
de controle e direção dos negócios. Conflitos entre os sócios,
profissionalização de empresas
familiares e transparência de informações são alguns temas.
"Erroneamente, o conceito só é
visto para empresas de capital
aberto. As melhores práticas servem para qualquer uma", afirma
Heloisa Bedicks, diretora-executiva do IBGC (Instituto Brasileiro
de Governança Corporativa).
"Só pelo fato de permitir maior
controle sobre a empresa, a prática já é importante. E a preocupação com a transparência está crescendo", avalia Decio Zylbersztajn,
pesquisador da FIA-USP (Fundação Instituto de Administração).
Na opinião de Eduardo Bom
Ângelo, 46, professor do Ibmec
(Instituto Brasileiro de Mercado
de Capitais) Educacional de São
Paulo, "a governança corporativa
ajuda a abrir fontes de investimentos externos, buscar recursos
em bancos, fazer parcerias estratégicas e atrair novos sócios".
"É preciso fazer com que os outros acreditem que a empresa é
bem gerida, não basta gerenciá-la
corretamente", resume Herbert
Steinberg, 47, sócio da Mesa, que
dá consultoria sobre o assunto.
Decisão descentralizada
Algumas empresas de menor
porte já se lançaram à frente das
demais. Como a Four Union, especializada em comércio exterior.
Entre as medidas para obter
transparência, foram abertos os
dados aos funcionários e adotadas reuniões quinzenais para traçar perspectivas e discutir a situação da empresa. Os sócios também descentralizaram decisões.
"Passamos a trabalhar com projetos maiores, que, sozinhos, faturam o que antes levávamos dois
anos", diz Nelly Damas, 43, sócia.
A indústria de fitas têxteis Progresso Hudtelfa, que fica em Nova
Odessa (a 126 km de São Paulo),
entrou a fundo no conceito de governança corporativa. "Adotamos desde a contratação de dois
conselheiros profissionais até a fixação de quantidades de votos
para decisões", conta o diretor-presidente, Fernando Suzigan, 42.
(CÁSSIO AOQUI)
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