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Prefeitura de SP planeja separar 10% do lixo até 2004; medida tende a derrubar preço de recicláveis
Triagem maior deve dividir mercado
FREE-LANCE PARA A FOLHA
A Prefeitura de São Paulo afirma que tem como meta elevar a
atual taxa de menos de 1% de lixo
urbano domiciliar coletado pelo
município de forma seletiva para
cerca de 10% até o fim de 2004.
Para isso, promete instalar uma
central de triagem em cada subprefeitura da cidade -são 31-,
14 delas ainda neste ano. A conta,
no entanto, ainda se limita à quinta central, instalada na Vila Maria
(zona norte de São Paulo) há pouco mais de uma semana.
Se o plano for colocado em prática, dizem especialistas, o "mercado do lixo" na cidade deve receber um impulso considerável.
Cooperativas e também pequenos e médios empresários recicladores seriam beneficiados.
Lidando com maiores quantidades de lixo, as cooperativas de
catadores teriam maior poder de
barganha com os compradores,
que estabelecem quantidades mínimas para fazer negócio.
O preço das mercadorias, no
entanto, tenderia a cair, com a
maior oferta do produto. "Pode
dar certo se o aumento da quantidade compensar a queda do preço. Aumentando a qualidade dos
resíduos e a quantidade, teríamos
material reciclável melhor e mais
barato", diz o economista Jacques
Demajorovic, coordenador do
curso de tecnologia em gestão
ambiental da Faculdade Senac de
Educação Ambiental.
Mas, se a medida pode beneficiar os empresários recicladores,
que pagariam menos por sua matéria-prima, pode incomodar os
sucateiros, que, como intermediários, seriam eliminados em algumas negociações em virtude do
fortalecimento das cooperativas.
Dificuldades
Problemas nos Pontos de Entrega Voluntária (PEVs), falta de infra-estrutura e baixa qualidade do
material recolhido, entretanto, fazem com que as centrais não ultrapassem as três toneladas diárias, embora a capacidade individual seja de 20 toneladas.
A própria prefeitura admite que
o cronograma é apertado e diz
que o objetivo era tirar a cidade
do índice de 0,03% de coleta seletiva "oficial" de lixo domiciliar.
Esse número, segundo a prefeitura, passou a aumentar gradualmente desde fevereiro, quando foi
aberta a primeira central de triagem, na Mooca (zona leste).
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