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MERCADO
0 Setor prevê produção recorde de 1 milhão de veículos até o fim do ano, 16% mais do que em 2002
Motos aceleram na contramão da crise
ALEXANDRE SAMMOGINI
FREE-LANCE PARA A FOLHA
Enquanto os pátios das montadoras de carros estão cheios devido à queda nas vendas dos últimos meses, os fabricantes de motocicletas não têm do que reclamar. Mesmo com o desaquecimento da economia, os setores de
motos, motopeças e acessórios seguem em ritmo acelerado.
As vendas de motos devem fechar o ano com um crescimento
de 16% em comparação a 2002,
atingindo a histórica produção de
1 milhão de unidades novas, segundo previsão da Abraciclo (Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas e Bicicletas).
"A moto é o meio de transporte
mais adequado para quem não
tem condições de comprar um
carro e não possui acesso a um financiamento bancário", afirma
Yuji Horie, 51, presidente da
Abraciclo. O setor passa por um
processo contínuo de expansão
desde 1999, quando a produção
nacional beirava meio milhão de
unidades (veja quadro ao lado).
"É um contraste, pois enquanto
a economia está praticamente paralisada, o setor de motopeças
continua aumentando a produção", completa Orlando Leone,
42, presidente da Anfamoto (Associação Nacional dos Fabricantes e Atacadistas de Motopeças).
O setor de motopeças cresce em
média 25% ao ano desde 2000. No
ano passado, registrou expansão
de 29% em comparação a 2001. O
aumento do número de lojas e de
oficinas aparece na esteira do fenômeno, devido à necessidade de
manutenção da frota, que é cada
vez mais numerosa.
Popularização
A utilização do veículo cresce
entre quem tem menor poder
aquisitivo e entre os que optam
por consórcio -forma que responde hoje por cerca de 50% das
vendas de zero-quilômetros.
Os negócios de motofrete, motoboy, delivery e outros também
não param de crescer. Existem
hoje cerca de 3.000 empresas de
motofrete na Grande São Paulo,
que possuem frota de até 50 mil
motos, segundo o Sindicato das
Empresas de Transporte de Carga
de São Paulo (Setcesp).
No interior do país e na região
Nordeste, a moto já é importante
meio de locomoção. "Nas áreas
rurais, as motos estão substituindo os cavalos e os jegues", compara Pedro Freire, 57, presidente da
AssoHonda (Associação das Concessionárias Honda).
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