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Sem direito à informação
Não passou um dia da semana
sem que o jornal "O Globo" gastasse ao menos uma página com
uma série de reportagens sobre
irregularidades atribuídas à Legião da Boa Vontade (LBV).
As acusações envolvem desvio
de dinheiro para uso pessoal de
seu diretor-presidente, dívidas
com o INSS, falta de recolhimento do FGTS, desaparecimento de
crianças de creches da entidade
filantrópica.
O procurador-geral da República, Geraldo Brindeiro, anunciou abertura de inquérito. O
presidente do Superior Tribunal
de Justiça, Paulo Costa Leite,
disse que as acusações devem ser
investigadas. Assim também o
ministro José Gregori (Justiça).
O INSS decidiu abrir apuração,
além da que já está em curso.
Houve, acredito, exagero de
"O Globo". Mas o que interessa
destacar, aqui, é que o leitor da
Folha não ficou sabendo de nada. O jornal simplesmente ignorou o assunto.
A leitora Sueli Francischetti se
queixa em e-mail: "Eu, por
exemplo, tenho recorrido à Internet para ler as notícias que o
jornal do qual sou assinante
nem sequer comenta".
O Manual da Redação afirma
que "a Folha não deixa de publicar informação que outro jornal, revista, emissora de rádio
ou TV já tenha noticiado com
exclusividade".
O que aconteceu, então? Paula
Cesarino Costa, secretária de
Redação, ouvida pelo ombudsman, afirma que "houve uma
falha" do jornal. E anuncia que
ele deverá fazer reportagens sobre a questão.
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Bernardo Ajzenberg é o ombudsman da Folha. O ombudsman tem mandato
de um ano, renovável por mais dois. Ele não pode ser demitido durante o exercício do cargo e tem estabilidade
por seis meses após o exercício da função. Suas atribuições são criticar o jornal sob a perspectiva do leitor
-recebendo e verificando as reclamações que ele encaminha à Redação- e comentar, aos domingos, o noticiário
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