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Check-up no "Times"
Na esteira do explosivo caso de
Jayson Blair, o ex-repórter do
"New York Times" que fraudou
inúmeras reportagens com plágios, invenções e mentiras
-aqui abordado semana passada-, o mais influente dos diários norte-americanos anunciou
na quarta-feira, em duro memorando interno, a criação de uma
comissão de mais de 20 jornalistas, incluindo até quatro pessoas
de fora do "Times", para rever os
principais procedimentos usados
pela Redação.
Dentre as pessoas de fora estão
um ex-presidente da agência Associated Press, um ex-editor de
Opinião de um jornal de Seattle
e uma ex-ombudsman do diário
"The Washington Post".
A idéia de integrar à equipe essas pessoas deve servir, diz o texto, para uma verificação rigorosa da própria checagem, de modo a apontar ao jornal se ele não
está sendo condescendente demais consigo mesmo.
O grupo rastreará as operações
de recrutamento, contratação,
promoção, o processo editorial
(inclusive apontamento e prevenção de erros), questões éticas,
como o uso de fontes não-identificadas (o chamado "off"), e fará
à direção do jornal um parecer
sobre se ele não deveria instituir
a figura do ombudsman.
Bombardeado por todo lado,
inclusive por seus concorrentes, o
"Times", como se vê, acusou fortemente o golpe do caso Blair.
Essa medida, num dos maiores
e mais importantes jornais do
mundo, expressa o quanto a credibilidade, ao lado da ética e da
transparência, integra o núcleo
central de qualquer veículo que
se proponha a fazer um bom jornalismo.
Questão de sobrevivência.
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Bernardo Ajzenberg é o ombudsman da Folha. O ombudsman tem mandato
de um ano, renovável por mais dois. Ele não pode ser demitido durante o exercício do cargo e tem estabilidade
por seis meses após o exercício da função. Suas atribuições são criticar o jornal sob a perspectiva do leitor
-recebendo e verificando as reclamações que ele encaminha à Redação- e comentar, aos domingos, o noticiário
dos meios de comunicação.
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