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CARLOS HEITOR CONY
JK e FHC
RIO DE JANEIRO - Os adeptos e oportunistas do governo, incluindo o próprio presidente da República, volta e
meia insinuam que JK tem em FHC
um substituto do homem que deu nome a uma era.
Para simplificar: JK notabilizou-se
pelo desenvolvimento que imprimiu
a seu quinquênio. Suas obras aí estão, com os naturais desdobramentos
do processo que iniciou: estradas, hidrelétricas, indústrias de base e de
bens de consumo. A inflação que nasceu de tantas iniciativas ficou na base dos 30 e tantos por cento. Se analisarmos a relação custo-benefício, valeu a pena.
A única obra que FHC conseguiu
teria sido o combate à inflação, a paridade com o dólar -duas conquistas reversíveis. Novamente o dólar
subiu (e como!). A inflação, embora
contida, se comparada ao valor dos
salários ficaria mais ou menos na base deixada por JK. E, além do mais, é
reversível também, de uma hora para outra pode descambar, cair e até
ultrapassar os níveis da superinflação que nos ameaçava em 1994.
As obras de JK são irreversíveis, estão aí, complementadas ou não pelos
seus sucessores. Ninguém pensa em
desativar Brasília, desmontar a indústria automobilística etc. Geraram
empregos durante a sua implantação, criaram uma euforia nacional
que não mais se repetiu.
O combate à inflação, que se atribui
ao Plano Real de FHC, custou e continua custando desemprego em massa,
sucateamento de grande parte do
parque industrial e violência urbana
e rural em limites intoleráveis, além
de uma altíssima taxa de corrupção.
Com o dólar nas alturas e a inflação rondando a economia, dando
aqui e ali algumas bicadas no poder
de compra da população, a pretendida eficiência do governo FHC se esboroa, sendo louvada apenas pelo Soros
e pelo FMI, ao contrário de JK, que
será sempre louvado pelo povo brasileiro.
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