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CONFLITO EUA-CHINA
Em 2002 , as transações comerciais chinesas cresceram 21%,
alcançando US$ 620,8 bilhões, segundo a Organização Mundial do
Comércio. As exportações chinesas
somaram US$ 325,6 bilhões, e as importações, US$ 295,2 bilhões, resultando em um superávit de US$ 30,4
bilhões. Essa expansão extraordinária do comércio chinês tem sido objeto de crescentes pressões das autoridades norte-americanas, uma vez
que a China obteve um superávit de
US$ 103 bilhões com os EUA, 21% do
déficit comercial norte-americano
(US$ 482,9 bilhões). Até agosto deste
ano, o déficit comercial com a China
alcançava US$ 77 bilhões. O governo
dos EUA sugere alterações no sistema cambial chinês que possam ajudar a valorizar o yuan, o que ajudaria
a diminuir o desequilíbrio comercial
entre os dois países.
Entretanto a valorização do yuan
não parece suficiente para equacionar as relações entre as duas economias. Isso porque a expansão do comércio internacional chinês foi
acompanhada por um crescimento
do investimento estrangeiro no país,
sobretudo em plataformas de exportações. O estoque de investimento
estrangeiro direto saltou de US$ 10,5
bilhões em 1985 para US$ 447,9 bilhões em 2002. As empresas transnacionais respondiam por 9% das exportações chinesas em 1989 e passaram para 48% em 2001 de acordo
com o "World Investment Report".
A China procurou atrair as empresas transnacionais, ávidas por ocupar posições em um mercado interno amplo e em rápida expansão,
bem como por aproveitar os baixos
custos da mão-de-obra, mas garantindo um consistente superávit comercial. Registre-se que um terço do
déficit comercial dos EUA provém
das relações com as próprias filiais
de empresas norte-americanas no
exterior, algumas delas na China.
Alguns analistas estimam que, se
entregue às forças de mercado, a
moeda chinesa poderia, na realidade, desvalorizar-se devido à proporção de créditos incobráveis no sistema bancário, contrariando as expectativas norte-americanas.
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