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CARLOS HEITOR CONY
O Big Four
RIO DE JANEIRO - Não estranhem o título em inglês. Na Barra da Tijuca
tudo está escrito em inglês e na TV já
aparecem programas como "Big Brother", "Classic", "People & arts" etc.
E a crônica de hoje tem alguma coisa a ver com a TV. É uma sugestão
gratuita e bem intencionada que deixo para os produtores especializados.
Durante a 2ª Guerra Mundial, tivemos o "Big Tree", formado por Roosevelt, Stálin e Churchill. Eles decidiram a sorte de todos nós, bem ou mal,
foram eles que construíram o mundo
após a guerra que realmente ameaçou a civilização humana como um
todo.
Os Quatro Grandes que proponho
estão aí, compulsoriamente na mídia, nos outdoors, em toda parte,
nem sempre com engenho e arte.
Lula, Ciro, Serra e Garotinho, fossem eles sabonetes, pastas de dentes,
pneus ou refrigerantes fabricados por
multinacional, dificilmente teriam
tanta e tamanha visibilidade.
Antigamente, os canais da mídia tinham seu candidato de forma ostensiva, assumida. Qualquer jornal ou
emissora promovia fulano e desancava sicrano. Só abria espaço para o
preferido. Os excluídos não existiam
ou só existiam como incompetentes,
corruptos e filhos daquilo.
O pluralismo na mídia acabou com
a deformação típica do amadorismo.
Com isenção tanto quanto possível
radical, divulga os quatro de forma
equânime, até mesmo no tamanho
das fotos.
Daí que a cara dos quatro são
atualmente mais vistas do que o
bumbum da Feiticeira e da Tiazinha
(Onde estão elas? Eu estou aqui!), as
modelos que desfilam por aí, os astros
das novelas e do penta.
Um programa ou um filme que
juntasse os quatro, com enredo da
Glória Perez ou do Gilberto Braga,
direção do Jayme Monjardim ou do
Luiz Fernando de Carvalho, seria sucesso na certa. E, se houvesse uma
ponta para a Dercy Gonçalves meter
alguns apartes, seria a obra do século.
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