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CENÁRIO DE EXPANSÃO
O Banco Central Europeu
(BCE) manteve inalterada a taxa de juros básica da região do euro
em 2% ao ano na reunião de 2 de setembro. A primeira estimativa para a
inflação anual para a área sinaliza
uma taxa em torno de 2,3% em agosto, de acordo com a agência Eurostat. A despeito do preço do petróleo,
não se verificam pressões inflacionárias na região. O BCE projeta um índice de preços ao consumidor em
torno de 2,1% e 2,3% para 2004 e entre 1,3% e 2,3% para 2005. O BCE
prevê ainda uma expansão real do
PIB da área de 1,6% a 2,2% este ano e
de 1,8% a 2,8% no próximo. Apesar
do otimismo com a recuperação econômica, em julho, o desemprego
permaneceu em 9% na área do euro e
em 10,6% na Alemanha.
A União Européia se prepara para
rediscutir o Pacto de Estabilidade e
Crescimento devido à complexidade
de submeter 25 nações a regras homogêneas em três indicadores: o déficit público de até 3% do Produto Interno Bruto (PIB), a dívida pública de
até 60% do PIB e a meta de inflação
de 2% ao ano. A idéia é viabilizar mecanismos mais sofisticados para
monitorar o equilíbrio das finanças
públicas ao longo do ciclo econômico. Defende-se a possibilidade de
normas mais flexíveis, especialmente durante períodos de baixo crescimento. Parece sensato que as regras
se concentrem na sustentabilidade
das dívidas públicas. Em períodos
longos de baixo crescimento poderiam ocorrer maiores déficits fiscais.
Do outro lado do Atlântico, embora em um ritmo mais lento do que
em outras recuperações econômicas,
o setor produtivo americano voltou a
criar postos de trabalho. Foram 144
mil em agosto, segundo o Departamento de Trabalho. Com isso, acumula-se uma geração de 1,44 milhão
de vagas durante 2004, sendo 81% no
setor de serviços. A indústria de
transformação gerou apenas 97 mil
vagas desse total. Entre janeiro de
2001 e agosto de 2004, a indústria de
transformação acumulou perda de
2,7 milhões de empregos, uma vez
que ocorreram transferências de indústrias para a China e a Índia, bem
como um acelerado processo de introdução de progresso técnico.
Diante desses resultados, com a inflação americana sob controle, os investidores passaram a apostar em
uma "parada técnica" no movimento
de elevação das taxas de juros pelo
banco central americano, o Fed.
Por sua vez, a taxa de crescimento
real da economia japonesa desacelerou de 1,6% no primeiro trimestre
para 0,4% no segundo, sob a liderança das exportações, mantendo o processo de deflação. A demanda doméstica, pública e privada, cresceu
apenas 0,1%. Todavia as economias
asiáticas mantiveram forte crescimento, sob o comando da China,
com taxa de crescimento de 9,6% no
segundo trimestre de 2004.
Nesse contexto, os principais riscos para a sustentabilidade da recuperação da atividade econômica
mundial, com baixas taxas de juros
nos EUA, Europa e Japão, permanecem sendo o volátil comportamento
dos preços do petróleo e a instabilidade política do Oriente Médio. Fatores que precisam ser permanentemente monitorados.
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