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Sexo precoce
AS BRASILEIRAS estão fazendo sexo cada vez mais novas. A recém-divulgada
Pesquisa Nacional de Demografia e Saúde da Criança e da Mulher, realizada por encomenda
do Ministério da Saúde, mostra
que, em 2006, 32,6% das jovens
diziam ter tido a primeira relação aos 15 anos ou antes. Em
1996, esse índice atingia apenas
11,5%. É um aumento de quase
três vezes.
Tal dado, embora possa deixar
alguns pais em desassossego, não
é motivo para grande preocupação. Comparações internacionais como as periodicamente
realizadas pelo instituto Guttmacher mostram que não há
uma correlação fatídica entre níveis de atividade sexual e as complicações que se desejam evitar,
como a gravidez não-planejada e
as doenças venéreas.
Pelo menos nas nações mais
desenvolvidas, a idade em que as
garotas têm sua primeira relação
sexual e a freqüência com que se
dedicam à atividade variam pouco. Já as taxas de gravidez precoce e aborto são as mais díspares
possíveis. Nos EUA, por exemplo, ocorrem 53 nascimentos
anuais por grupo de mil jovens
entre 15 e 19 anos, contra 5 na
Suíça e na Dinamarca e 4 no Japão.
Nessas estatísticas do Fundo
de População da ONU, relativas a
2002, o Brasil aparece com 73
nascimentos por milhar de meninas, bem longe do campeão Níger, que ostenta 233.
São vários os fatores que determinam tais diferenças. O mais
poderoso deles, que rasga um
fosso entre as nações mais ricas e
as em desenvolvimento, são os
anos de escolaridade. Mesmo no
Brasil, que não é nenhum Níger,
meninas com mais de 12 anos de
estudo têm seu primeiro filho
com 26 anos, contra 19 das que
só contam com 3 anos de instrução. A educação ainda é o melhor
contraceptivo.
Outro elemento relevante para
evitar as complicações do sexo é
o fácil acesso a preservativos e
outros meios de evitar filhos
bem como a serviços de saúde reprodutiva. Em suas análises, o
instituto Guttmacher destaca
ainda a aceitação social da atividade sexual de jovens. O problema não reside em fazer sexo, mas
sim em deixar de fazê-lo de forma responsável.
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