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Avanço tímido
O GASTO COM investimentos
realizado pela União entre os meses de janeiro e
junho de 2008 foi o maior, para
este período do ano, desde 2001.
Somando-se a realização de
obras e a aquisição de equipamentos, os órgãos públicos federais -do Executivo, Legislativo e
Judiciário- despenderam R$
9,4 bilhões. Em comparação com
os primeiros seis meses de 2007,
o crescimento do gasto com investimentos foi de 33%.
Por outro lado, tendo já passado a metade do ano, o montante
gasto correspondeu a apenas
23% da dotação autorizada pelo
Orçamento Geral da União
(OGU), que é de R$ 40,2 bilhões.
Embora se saiba que tradicionalmente a União costuma acelerar
seus investimentos no segundo
semestre, o resultado do primeiro semestre é claro indício de
que o gasto efetivo deverá fechar
o ano, mais uma vez, muito
aquém do nível previsto.
Esses números, apurados a
partir de fontes oficiais e divulgados pelo site Contas Abertas,
revelam, ao mesmo tempo, o desejo do governo em levar adiante
seu Programa de Aceleração do
Crescimento (PAC) e a sua incapacidade de fazê-lo avançar na
velocidade planejada.
O governo reconhece, formalmente, a urgência de acelerar a
recuperação da infra-estrutura,
em particular de transportes e
logística, para dar sustentação ao
crescimento da economia. Os sucessivos recordes de arrecadação
ampliam seu raio de manobra.
Mas o uso que vem fazendo desses recursos demonstra que a
prioridade formal dada ao investimento não se traduz em atos.
A introdução de mecanismos
que contenham os gastos de custeio da máquina pública, prometida por ocasião do lançamento
do PAC, desapareceu da agenda.
Medidas que implicam ampliação desses gastos se sucedem.
Por isso a recuperação do investimento se mantém frustrante.
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