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Editoriais
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Lotação esgotada
UMA PESQUISA do Metrô que
cruzou origens e destinos
dos paulistanos revelou
que, pela primeira vez em 40
anos, o percentual de uso do
transporte público cresceu. Em
2007, 55% das viagens ocorreram em ônibus, trem ou metrô,
contra 45% nas modalidades individuais. Em 2002, o uso de automóvel, moto, táxi e caminhão
chegou a ser majoritário, coroando tendência de aumento
que remontava a 1967.
O resultado, porém está mais
ligado à progressão da demanda
da população do que à maior
oferta do serviço coletivo. Além
disso, em vez da desejável migração do transporte individual para o coletivo, o que melhor explica o crescimento desta última
modalidade é a alta no poder
aquisitivo da população.
Muitos paulistanos que andavam a pé passaram a usar transporte público. A implantação dos
bilhetes integrados no sistema
de ônibus, trem e metrô ajudou a
baratear as viagens e a ampliar o
número de assentos.
O ciclo de crescimento econômico ajuda a explicar o fenômeno. No uso coletivo, 46% das viagens são custeadas pelo empregador. Um terço dos deslocamentos ainda é realizado a pé,
mas essa proporção diminuiu
nos últimos dez anos.
O aumento na procura pelo
transporte coletivo impõe desafios ainda não equacionados pelo
poder público. A qualidade do
serviço piorou ainda mais. Algumas linhas do metrô estão saturadas; a rede, de construção cara,
voltou a crescer, mas ainda a um
ritmo lento em relação às necessidades da metrópole.
A fim de mobilizar as altíssimas somas envolvidas num plano de acelerar o metrô, é preciso
disseminar o recurso a parcerias
e concessões que atraiam investimentos privados. Obras mais
modestas -como corredores de
ônibus- e reformas na gestão do
transporte, de efeito mais imediato, também serão indispensáveis para mitigar o problema.
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