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São Paulo, domingo, 11 de maio de 2003

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CLÓVIS ROSSI

Um Palocci para o social

SÃO PAULO - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva está procurando um, digamos, Antonio Palocci ou um José Dirceu para tomar conta da área social do seu governo.
Alguém que de fato comande firme e eficientemente o setor, como o fazem, na avaliação do presidente, Palocci e Dirceu com a economia e a política, respectivamente.
Não tenho muitas condições de avaliar a questão política. Mas, circunstancialmente, acompanhei algumas incursões e movimentos do ministro Palocci e, concorde-se ou não com eles, transmite, sim, firmeza e domínio da área.
O que não deixa de ser curioso, na medida em que o ministro não é economista, mas médico.
Um microexemplo: na entrevista coletiva que concedeu durante a reunião de abril do FMI, estavam à mesa vários economistas, todas as perguntas foram sobre economia, mas o único que abriu a boca foi Palocci.
Já na área social, há excesso de gente metendo a colher e carência de alguém que faça as coisas acontecerem, sempre na avaliação do Planalto.
Lula desiludiu-se até com antigos companheiros, decepção agravada pelo fato de que se entusiasmou com antigos adversários (ou neutros) transformados em ministros, como é o caso de Luiz Fernando Furlan e Roberto Rodrigues, empresários ambos, uma raça que não é (ou não era) a preferida do PT.
A parte social é considerada a grande debilidade do governo, o que é grave, na medida em que deveria ser exatamente o seu forte.
Como já faz algum tempo que, no coração do Palácio do Planalto, circula essa avaliação, parece estar madura uma mudança. Não necessariamente feita de troca de peças, o que violentaria o estilo "paz e amor" que Lula ainda diz adotar, mas na forma de uma centralização e uma voz de comando idênticas às adotadas na economia e na política.



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