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EDITORIAIS
ARRANJOS PRODUTIVOS
O sistema industrial e de inovações brasileiro tem se caracterizado por um reduzido grau de
aproveitamento econômico da pesquisa científica realizada no país, por
poucos empreendimentos de base
tecnológica e por insuficientes fontes de financiamento para empresas
inovadoras.
Diante disso, o Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT) tem procurado incorporar novas formas e instrumentos de promoção do desenvolvimento industrial e tecnológico. Destacam-se os mecanismos de redução
dos riscos financeiros associados à
inovação, bem como a indução de redes produtivas locais.
De passo com o projeto dos fundos
setoriais, o MCT iniciou a implementação dos programas de arranjos produtivos locais e de apoio integrado ao empreendedorismo. Os recursos provêm do Fundo Verde
Amarelo, formado por uma alíquota
de 10% sobre as remessas de recursos ao exterior a título de pagamento
por serviços tecnológicos.
O programa de arranjos produtivos
locais pretende fomentar os laços de
cooperação entre os produtores, os
fornecedores e as instituições geradoras de conhecimento em diversas
regiões do país. Requer a articulação
dos diferentes agentes e o envolvimento das instituições públicas e
privadas locais e estaduais.
Há vários arranjos que poderiam
ser objeto dessa política, até mesmo
para fomentar consórcios de exportação. Alguns exemplos são: produção de frutas no Rio Grande do Norte; calçados na Paraíba; aço, mármores no Espírito Santo; biotecnologia
e automóveis em Minas Gerais; aeronáutica, telecomunicações e móveis
em São Paulo; software e vestuário
no Rio de Janeiro; soja e telecomunicações no Paraná; software e cerâmica em Santa Catarina; vinho, móveis
e calçados no Rio Grande do Sul.
O programa de apoio ao chamado
"empreendedorismo" procura estimular o nascimento de empresas
que adotem inovações tecnológicas,
geradas em conjunto com universidades e instituições de pesquisa. Incentiva o surgimento de incubadoras
de empresas e de parques tecnológicos, que também podem fortalecer
aglomerações produtivas locais.
Diferentes estudos, realizados pelo
Instituto de Economia da Unicamp e
Universidade Federal do Rio de Janeiro, mostram que políticas públicas podem consolidar aglomerações
industriais como pólos geradores de
crescimento, emprego, desenvolvimento tecnológico e exportações.
Enfim, vai se formando no governo
e na sociedade brasileira um consenso em torno da necessidade de uma
nova política industrial. Ela precisa
utilizar os recursos disponíveis para
coordenar os diferentes agentes e envolver os vários níveis de governo.
Além disso, deve possibilitar a geração de crescentes superávits comerciais e a aplicação econômica das
pesquisas e do conhecimento.
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