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Editoriais
Crédito empresarial
OS EMPRÉSTIMOS para as
empresas dispararam. O
saldo de operações com
recursos domésticos livres para
as pessoas jurídicas avançou
42,1% no período de 12 meses
findo em maio. As operações ainda se concentram, porém, no
curto prazo. São de prazo curto
ou curtíssimo 57% das operações
de crédito com pessoas jurídicas.
A linha de capital de giro tem
se revelado especialmente dinâmica. Em maio, o saldo da modalidade atingiu R$ 126,6 bilhões,
77,6% a mais do que no mesmo
mês de 2007. A expansão da atividade econômica amplia as necessidades de capital de giro: tanto as contas a receber como as
contas a pagar das empresas
crescem. O crédito bancário viabiliza compras de matérias-primas e financiamento das vendas.
No entanto, apesar de as linhas
de capital de giro, por seu prazo
curto, serem mais adequadas ao
financiamento das necessidades
correntes das companhias, boa
parte desses recursos tem sido
direcionada para investimentos
em ampliação de capacidade
produtiva. Ou seja, um número
crescente de empresas estaria
assumindo dívidas de prazo curto para adquirir máquinas, equipamentos e instalações.
Esse movimento está sendo
feito sobretudo por empresas de
pequeno porte, sem acesso ao
mercado de capitais. É mais um
sintoma da necessidade de que
sejam ampliados os instrumentos de longo prazo disponíveis no
sistema bancário nacional para
financiar investimentos.
Outra limitação diz respeito ao
alto custo do crédito. Nas operações de capital de giro, os juros
subiram para 31,3% ao ano. Nas
contas garantidas (um cheque
especial para empresas), chegaram a 66,4% ao ano.
É provável que o BC determine
novos aumentos da taxa básica
de juros nos próximos meses.
Com isso, a perspectiva é de encarecimento adicional do crédito
-diante do qual empresas endividadas deveriam se acautelar.
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