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Segurança na eleição
OS MINISTROS do TSE (Tribunal Superior Eleitoral)
decidiram na última quinta-feira solicitar o envio de homens das Forças Armadas para
reforçar a segurança nas eleições
do Rio de Janeiro. A resolução
responde ao desejo do governador Sérgio Cabral, que a endossou afirmando esperar a "chegada rápida" das tropas.
Trata-se de reação à ameaça
representada por grupos de milícias e traficantes que transformam morros e regiões carentes
em currais eleitorais: impõem
candidatos, cerceiam o livre
trânsito de opositores e profissionais de imprensa, comprometem a lisura do pleito e atentam
contra a liberdade dos eleitores.
A iniciativa da corte repete necessárias ações preventivas que a
cidade já presenciou em outras
ocasiões, como nos Jogos Pan-Americanos de 2007 e nas próprias eleições presidenciais de
2002. Desta feita, os pedidos do
TSE e do governador Cabral
também parecem apropriados.
É preciso lembrar, contudo,
que a intervenção, prevista na
Carta, não pode reforçar a ação
policial sem prazo de validade.
Para legitimar-se, a presença militar deve ser "episódica, em área
previamente estabelecida e por
tempo limitado", como diz a lei
que disciplina a matéria.
Além disso, o ideal é que fossem utilizados efetivos da Força
Nacional de Segurança Pública, e
não das Forças Armadas. É uma
pena que aquele órgão, criado
em 2004 em um acordo de cooperação federativa, ainda não tenha efetivo próprio. Ele é formado por policiais militares cedidos
temporariamente pelos Estados.
Uma Força Nacional regular,
ágil, bem treinada e equipada
substituiria com vantagens o
Exército na segurança pública.
São patentes os perigos envolvidos num contato prolongado entre militares e quadrilhas organizadas, a começar do risco de infiltração da criminalidade numa
instituição vital como as Forças
Armadas.
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