|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Editoriais
Melhora de performance
SERÁ DIGNA de elogios, se for
além da promessa, a medida
anunciada pelo ministro
Carlos Minc (Meio Ambiente),
que estabeleceu em 13 meses o
período máximo da concessão de
licenças ambientais para empreendimentos que dependam
dessa autorização.
A demora em liberar obras foi
dos principais motivos a minar,
dentro e fora do governo, a antecessora de Minc, Marina Silva.
Cabe agora ao substituto não
trocar o 8 pelo 80.
No Rio, como secretário do
Ambiente, o hoje ministro acelerou as licenças. Em pouco mais
de um ano, foram mais de 2.000,
número semelhante ao registrado em todo o triênio anterior. A
celeridade não passou incólume
a críticas de ambientalistas.
Logo ao assumir o ministério,
Minc disse que não seria um "carimbador maluco" ao outorgar as
autorizações ambientais. "Podemos dar licenças mais ágeis e
com mais rigor", afirmou então.
É o que se espera para não desequilibrar a fina linha sobre a
qual caminham, juntas, a necessidade de crescimento econômico e a preservação ambiental.
A demora para a concessão de
licenças não é sinônimo de proteção maior da natureza. Afinal,
um projeto que era daninho ao
ambiente três anos antes o será
três anos depois, se não forem
feitas as modificações necessárias. Nesse caso, o atraso na licença servirá apenas para retardar o estrago ambiental. Da mesma maneira, a maior velocidade
não deve significar desleixo.
Resta saber se a equipe comandada por Minc conseguirá pôr
em prática o objetivo anunciado.
Ressalvas -como a de que o processo dependerá também da agilidade dos empreendedores em
fornecer dados e a de que não há
punições previstas caso a meta
de 13 meses não seja cumprida-
fazem questionar se essa não será, afinal, só mais uma performance de Minc.
Texto Anterior: Editoriais: Poder em descrédito Próximo Texto: São Paulo - Vinicius Mota: Dinheiro das profundezas Índice
|