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Gestão deficiente
A ADMINISTRAÇÃO das empresas de saneamento segue, com raras exceções,
colecionando fracassos. Isso
vem afastando investimentos no
setor, que deveria ser uma das
prioridades do Programa de Aceleração do Investimento (PAC).
De acordo com o Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (Snis), a receita das
operadoras estaduais de água e
esgoto subiu 32,5% entre 2004 e
2006, graças a reajustes nas tarifas dos serviços (13,5% em média) e à redução da inadimplência (de 12,9% em 2004 para 9,7%
em 2006). Como, no entanto, as
despesas cresceram 22,6%, a
maioria das companhias (65%)
continuou a acumular prejuízos.
Uma resposta simplista a esse
quadro adverso seria promover a
elevação das tarifas. Tal tarefa,
contudo, esbarraria nos limites
de renda de boa parte da população. Além disso, seria questionável transferir aos usuários todo o
ônus pela recuperação das finanças das empresas, uma vez que
há evidentes falhas de gestão.
O estoque de endividamento
dessas empresas é muito alto.
Também são grandes o desperdício de recursos, as deficiências
nos sistemas de cobrança e de
medição de consumo. A perda de
água pela rede, por exemplo, tem
sido estimada em 50%.
Ganhos de eficiência podem
trazer resultados surpreendentes. A Casan (SC), por exemplo,
alavancou suas receitas por meio
da restauração de hidrômetros
defeituosos. Já a Caesb, do Distrito Federal, fez um esforço para reequilibrar seu orçamento e
em seguida pôde utilizar o aumento de receita, propiciado pelo reajuste de tarifas, para expandir a rede de atendimento.
A retomada dos investimentos
demanda, portanto, uma melhora na gestão dessas empresas. Isso lhes permitiria inclusive tomar novos créditos para investir-e há recursos disponíveis,
por exemplo, no FGTS. Tal diagnóstico é compartilhado pelo
Ministério das Cidades. Resta
traduzi-lo em ações.
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