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MELCHIADES FILHO
Te vi na TV
BRASÍLIA - A mais recente bateria de pesquisas do Datafolha comprovou que a propaganda nas TVs e
rádios continua uma ferramenta
eleitoral poderosa, senão decisiva.
(Por semanas, desdenhou-se da
eficácia dos programas, em uma
cruzada alimentada pelos próprios
partidos políticos, interessados em
baixar os honorários dos marqueteiros e equipes de comunicação.)
Em São Paulo, caiu a distância do
prefeito Gilberto Kassab (DEM)
para o tucano Geraldo Alckmin, de
21 para 10 pontos percentuais.
No Rio, Eduardo Paes (PMDB)
subiu de 9% para 17% e cavou um
triplo empate com Marcelo Crivella
(PRB) e Jandira Feghali (PC do B).
Para azar dos adversários da
aliança entre PSDB e PT, o candidato "flex" Marcio Lacerda (PSB) arrancou em Belo Horizonte. Com
um salto de 15 pontos, foi a 21% e
superou a comunista Jô Moraes.
No topo das intenções de voto,
nada mudou em Salvador. Mas
Walter Pinheiro (PT) deu sinal de
vida e passou de 7% para 13%.
Em Recife, o petista João da Costa (37%) não só desbancou Mendonça Filho (DEM) como já esboça
possível vitória no primeiro turno.
A candidata à reeleição Luizianne Lins (PT) desgarrou de Moroni
Torgan (DEM) e agora aparece na
frente em Fortaleza, no limite da
margem de erro -35% a 29%.
O Datafolha flagrou só três dias
de campanha nas TVs e rádios. Mas,
segundo o instituto, eles bastaram
para "contaminar" os cenários.
Afinal, há algo em comum entre
Kassab, Paes, Lacerda, Pinheiro,
Costa e Luizianne: mais tempo de
propaganda que os rivais diretos.
Ao se meter na vida das pessoas e
lembrá-las da votação, os programas, ainda que péssimos, têm um
efeito mobilizador. Depois do anticlímax da Olimpíada e do fim do
mistério da novela das oito, do que
falar na fila do ônibus, no churrasco
na laje, no café da repartição?
Por isso, também, a queda abrupta de indecisos nas capitais: 43%,
contra 58% no "round" anterior.
mfilho@folhasp.com.br
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