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ELIANE CANTANHÊDE
Quem é quem
BRASÍLIA - A Polícia Federal botou as manguinhas de fora logo no início
do primeiro governo FHC, quando
foi responsável pelo "grampo do Sivam". No mínimo, integrantes seus o
foram. Um assessor direto de FHC
caiu, foi um deus-nos-acuda.
Depois, veio o nebuloso "grampo do
BNDES", que não só colocou o governo inteiro em xeque como desarticulou toda a armação política do segundo mandato. Os potenciais homens-fortes Luiz Carlos Mendonça
de Barros e André Lara Rezende foram para casa.
Mais recentemente, a PF foi acusada pelo PFL, com ou sem razão, de
andar grampeando a então governadora e presidenciável Roseana Sarney. Todo mundo ficou de orelha (e
de cabelos) em pé. FHC, na berlinda,
perdeu importantes aliados.
Agora, a história do grampo dos petistas de Santo André, que, mais cedo
ou mais tarde, vai aparecer, e o tal
"procedimento preliminar" da PF
contra Lula. O governo em peso diz
que não houve grampo, nem investigação, nem nada. O PT desconfia.
O fato é que, somando essas histórias, resulta que há algo errado na
PF, ou algo errado com delegados e
agentes da PF. E que o próprio FHC
tem sido uma vítima direta disso.
O governo defende a instituição,
mas, sabe como é, corporação é corporação. Há nelas grupos, grupinhos,
grupelhos que se formam em ondas,
uns julgando-se salvadores da pátria,
outros com interesses bem concretos.
Até para evitar conclusões erradas,
o governo precisa agora identificar
quem é quem na corporação, que já
foi chefiada pelos ministros Nelson
Jobim e Aloysio Nunes Ferreira, ambos muito próximos ao candidato tucano José Serra.
Acusá-lo de estar por trás de grampos oscila entre ficção e injúria, mas
o problema é que versão é sempre
melhor do que fato. E, afinal, quem
põe a mão no fogo?
P.S. - A Justiça absolve Luiz Estevão. O "Leo Green" nunca existiu.
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