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Sinal de alerta
O BANCO Central elevou a
projeção de inflação para
este ano de 4,6% para 6%.
A expectativa para 2009 subiu
para 4,8%. São cifras acima do
centro da meta de 4,5%, mas
dentro dos intervalos de tolerância de dois pontos percentuais
para cima ou para baixo.
Diante dessas estimativas, a
autoridade monetária sinalizou
que o ciclo de alta da taxa de juros básica poderá ser mais longo
do que inicialmente projetado.
Segundo Mário Mesquita, diretor de Política Econômica, "o
Banco Central fará o necessário,
enquanto for necessário, para
manter a inflação alinhada à trajetória das metas definidas pelo
CMN (Conselho Monetário Nacional)". Nas últimas duas reuniões do Copom (Comitê de Política Monetária), a taxa de juros
básica subiu 0,5 ponto.
Por um lado, a inflação brasileira sofre pressões externas,
provenientes de reajuste nos
preços dos alimentos, do petróleo e dos minerais. Por outro, a
demanda doméstica cresce acima da produção. As importações
complementam parte da oferta
interna de bens e serviços.
Assim, as preocupações com a
alta dos preços se justificam e
inspiram cuidados. A disposição
do Copom, comprometido em
manter a inflação no âmbito da
meta nos próximos anos, é correta. A estabilização de preços se
transformou em um valor inalienável para a sociedade brasileira.
Todavia, não parece haver motivos para reações radicais da política monetária. O risco seria exagerar na dose do remédio e abortar o ciclo de investimentos.
Nesse sentido, outros instrumentos deveriam ser utilizados
para auxiliar o Copom a conter
os repasses de preços e evitar
maior apreciação do real. O governo já sinalizou com um aumento do superávit primário para 4,3% do PIB. No cenário atual,
o aperto fiscal deveria ser superior ao anunciado.
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