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CARLOS HEITOR CONY
Verdades verdadeiras
RIO DE JANEIRO - Tristezas não
pagam dívidas. Não adianta chorar
sobre o leite derramado. Mais vale
um pássaro na mão que dois voando. Diga-me com quem andas e te
direi quem és. O homem é aquilo
que come. A cavalo dado não se olha
a boca. Um é pouco, dois é bom, três
é demais. Quem pariu Mateus que o
embale.
Não se faz omelete sem quebrar
ovos. Quem parte e reparte fica com
a maior parte. Tudo como dantes
no quartel de Abrantes. Vai-se o
anel, mas ficam os dedos. De grão
em grão a galinha enche o papo. Cão
que ladra não morde. Devagar se vai
ao longe. Apressado come cru. Deus
ajuda a quem cedo madruga. Ri melhor quem ri por último.
Quem dá esmola empresta a
Deus. Águas passadas não movem
moinho. Paris vale uma missa.
Quem tem boca vai a Roma. Todos
os caminhos levam a Roma. Roma
não foi feita num dia. Os rios correm para o mar. Cavalo não sobe escada. Na terra de cegos quem tem
um olho é rei. Mais vale um marido
vivo do que um herói morto.
Partir é morrer um pouco. Escreveu não leu, o pau comeu. Dinheiro
não traz felicidade. Nada melhor do
que um dia depois de outro, com
uma noite no meio. Perdão foi feito
pra gente pedir. Macaco, olha o teu
rabo. Matou a cobra e mostrou o
pau. Depois de velho, o diabo se fez
monge. O peixe morre pela boca.
Quem tudo quer tudo perde. Esperança é a última que morre.
O inferno são os outros. Em boca
fechada não entra mosquito. O bom
cabrito não berra. Quem vai para a
chuva é para se molhar. O bom filho
à casa torna. De poeta e louco todos
temos um pouco. Fiado só amanhã.
Galinha velha dá bom caldo. Depois
da tempestade vem a bonança. Depois da bonança vem a tempestade.
Boa romaria faz quem em casa fica
em paz. A mentira tem pernas curtas. Antes dos grampos, só as paredes tinham ouvidos.
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