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CLÓVIS ROSSI
Uma especulação fascinante
SÃO PAULO - Pode ser pura especulação jornalística, mas Richard Reeves,
da agência de notícias UPI, andou escrevendo na semana passada sobre
uma hipótese que, se se tornar real,
será a sensação deste e do próximo
ano, no mínimo: a senadora Hillary
Clinton, mulher do ex-presidente Bill
Clinton, pode entrar na disputa pela
indicação do Partido Democrático
para disputar a Casa Branca.
Já imaginou? Seria a primeira mulher a tornar-se presidente da maior
potência de todos os tempos no planeta, com o acréscimo de que se trata
de uma figura tremendamente midiática, seja sob o aspecto político, seja pelo lado pessoal.
Segundo Reeves, há dois elementos
concretos a atiçar uma suposta vontade de Hillary de se candidatar. Primeiro, o cenário eleitoral para 2004
"mudou totalmente nas semanas
mais recentes".
O presidente George W. Bush continua favorito, mas "parece mais vulnerável porque não há empregos suficientes em casa e não há paz suficiente fora de casa", diz Reeves.
Segundo fator: os vários candidatos
democratas oscilam entre 15% e 20%
da preferência dos eleitores que se
identificam com o partido. Quando o
nome de Hillary surge na lista, leva
37%, de acordo com pesquisa da rede
ABC de televisão.
Se o inimigo externo (Bush) já não
parece invencível e se os adversários
internos parecem mais fracos, quem
não se sentiria tentado?
Além disso, Hillary já se livrou do
fardo que deve ser, para uma figura
pública, o fato de que todo o mundo
sabe que ela foi traída. Sei lá como o
eleitor avalia essa situação, se ela tira
ou dá votos para Hillary, mas por ter
escrito um livro em que a história, entre outras, está contada, suponho que
não é mais um fator importante do
ponto de vista eleitoral.
Se pudesse, francamente votaria na
moça. Os homens já demos nossa cota de fracassos, nada modesta, na
construção do mundo. Está na hora
de experimentar as meninas. Desde
que, é claro, não sejam contatadas estagiárias para trabalhar com o eventual futuro primeiro-damo.
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