Estabilizado no patamar de 30% das intenções de voto há mais de um mês, ninguém acredita que Celso Russomanno (PRB) fique fora da rodada final pela Prefeitura de São Paulo.
A pergunta que eletrizará os próximos 15 dias é sobre quem vai disputar com ele o segundo turno.
José Serra (PSDB), surfando sobre uma fatia estável dos sufrágios da classe média, mas com dificuldade para alargar a base entre os de menor renda, tem pouco a fazer.
Para Fernando Haddad (PT), entretanto, cada minuto disponível é crucial, pois precisa convencer o morador da periferia que Russomanno, apesar de pertencer à base de Dilma Rousseff, não representa o projeto lulista.
Há indícios de que, não obstante manter a simpatia petista, uma parte desses eleitores se inclina hoje pelo postulante do PRB.
No extremo leste de São Paulo, tradicional reduto de Marta Suplicy, por exemplo, o xerife possui 46% das intenções de voto.
É isso que explica o fato de 32% dos votantes em Russomanno acharem ótimo ou bom ter um prefeito do PT e o de que 30% dos que preferem o PT estejam propensos a sufragar seu nome.
DIFERENÇAS
Para tal parcela, as profundas diferenças entre Haddad e Russomanno parecem não estar claras.
A estratégia comunicativa de Haddad, adotada a partir do último fim de semana, vai no sentido de mostrar que o adversário é vazio, sem propostas.
As críticas são compatíveis com o caráter populista da candidatura que lidera as pesquisas e, também, com a seriedade do programa lançado por Haddad em agosto.
Talvez, contudo, fosse necessário ir mais longe, criando uma verdadeira polarização com o neomalufismo do patrulheiro do consumidor, de modo a mostrar aos mais necessitados o risco de haver um novo Pitta na Prefeitura de São Paulo.
Mas, para isso, as fotos no jardim de Maluf não ajudam em nada.