|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Montadora deve "ir" ao mesmo lugar que cliente
FREE-LANCE PARA A FOLHA
De tudo o que é aplicado na
conquista do cliente, Richard Dubini, da BMW, ressalta que o corpo-a-corpo é o que dá resultados
mais eficientes. "O cliente precisa
se sentir exclusivo, e não há nada
que se compare ao atendimento."
Ele investe pesado no Road Show,
test-drives itinerantes que percorrem as principais capitais só para
convidados. É a tal exclusividade.
A Volvo tem a mesma proposta.
Promoveu o Volvo Experience,
forma de proporcionar a experiência a bordo dos modelos suecos. Em três meses, foram mais
de 200 test-drives com os novos
S40 e V50 nos locais mais requintados de São Paulo, como o restaurante Cantaloup, o hotel Fasano e a loja Daslu, entre outros.
"Tudo o que é oferecido, por
mais exclusivo e sofisticado que
seja um brinde, sempre fica em
segundo plano", afirma Ib Andersen, gerente da Audi Senna. A empresa também não descarta o
contato com o cliente: monta um
estande durante todos os meses
de julho em Campos do Jordão
(167 km a nordeste de São Paulo).
"Descobrimos onde grande
parcela de nossos clientes passava
o inverno. Oferecemos um espaço
de entretenimento, onde podem
permanecer por mais tempo em
contato com nossos produtos."
As três montadoras vão no caminho certo. A tese "Identidade e
Consumo", de Maristela Andre,
diretora de talentos da ESPM Business School (divisão de negócios
da Escola Superior de Propaganda e Marketing), prega que o mercado atual exige das marcas conhecimento profundo do cliente.
Isso envolve todas as rotinas desse
indivíduo, como as rotas que percorre e os lugares que freqüenta.
Para ela, as ações de marketing
dão retorno sim, principalmente
quando remetem o cliente à sen-
sação de exclusividade. "Ter acesso a privilégios mostra sua distinção para outras pessoas."
É por tudo isso que marcas mais
"populares", como a Volkswagen,
têm de reestruturar a rede de concessionários antes de vender modelos mais caros, como o Touareg. Só algumas revendas foram
habilitadas para oferecê-lo. "Um
carro mais sofisticado exige profissionais mais qualificados e um
serviço mais personalizado", afirma Manoeu Fernandes, gerente
de produto da empresa.
Flávia Flaminio, diretora acadêmica de mercados da ESPM, acredita que promoções e tentativas
de personalizar a relação com o
consumidor só adiantam com um
bom atendimento. "Ele corresponde à metade do sucesso. O
cliente desse mercado procura
atendimento primoroso, agilidade nas negociações, soluções adequadas e muita honestidade."
Texto Anterior: Exclusividade é o alvo do mercado de luxo Próximo Texto: Pé na estrada: Sapato representa segurança ao volante Índice
|