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Peças perdem vida útil com a conversão
FREE-LANCE PARA A FOLHA
Montadoras e fabricantes de
sistemas bicombustíveis afirmam
que tornar um carro apto a rodar
com gasolina e com álcool não
se resume a trocar o chip do módulo de controle eletrônico.
"Não é possível fazer essa transformação sem grandes alterações
no motor", diz João Alvarez Filho,
gerente-executivo de desenvolvimento de motores e transmissões
da Volkswagen.
"O motor até funciona, mas não
dura muito." Alvarez diz ter visto
casos em que o carro não chegou
a completar 3.000 quilômetros
depois da conversão. Segundo
Sidney Barbosa de Oliveira Jr., da
Bosch, vários itens no bicombustível têm tratamento especial para
resistir à corrosão pelo álcool.
Filtros, bomba de combustível e
regulador de pressão são feitos
com materiais diferentes dos utilizados no motor a gasolina.
Injetores têm composição metálica e formato interno diferenciados para dar vazão suficiente
em carga máxima com álcool e
em marcha lenta com gasolina,
quando a passagem é mínima.
Segundo Oliveira, a utilização
de um kit de combustível para gasolina com álcool é capaz de provocar até uma explosão. "No kit
de álcool, os contatos são protegidos para evitar faiscamento, o que
não acontece no de gasolina. Portanto, existe um risco remoto de
auto-ignição dentro do tanque se
ele estiver com álcool."
O diretor de engenharia da Delphi, Roberto Stein, destaca ainda
que, como na conversão a entrada
de combustível não é calibrada
para otimizar o desempenho, se
pode acabar utilizando muito
mais combustível. "A quilometragem por litro torna-se tão baixa
que não compensa a troca."
Os técnicos são unânimes em
dizer que a conversão significa, no
médio prazo, gastar muito com
peças. "A durabilidade do motor
é reduzida", reforça Stein.
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