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São Paulo, domingo, 25 de maio de 2003

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PRA CÁ DE BAGDÁ

Jipes foram inventados a pedido dos militares norte-americanos; no Brasil, existem versões civis à venda

Guerra deu origem ao utilitário esportivo

RICARDO BONALUME NETO
DA REPORTAGEM LOCAL

Os jipes foram inventados a pedido dos militares norte-americanos na Segunda Guerra Mundial e depois se tornaram civis, criando vastas famílias de utilitários esportivos mundo afora. E agora no Brasil, graças ao interesse do Exército em renovar sua frota das chamadas Viaturas Táticas Leves, voltam a surgir versões militares -algumas das quais também podem ser compradas por civis.
No final de abril, a Troller, empresa brasileira com fábrica no Ceará, lançou oficialmente o T4-M, versão militar do seu T4, durante a feira de material de defesa LAD 2003 (Latin America Defentech), no Rio.
Na mesma feira foi apresentado o Marruá ("boi selvagem") -pelas empresas Columbus e Ceppe, de São Paulo-, uma versão aperfeiçoada do jipe Engesa EE-12. E lá estava outro rival tradicional, a série Defender, da Land Rover.
Eles são classificados como Veículo de Transporte Não Especializado e procuram responder a requisitos operacionais para viaturas com tração 4x4 e capacidade de meia tonelada de carga.
Os primeiros jipes foram três modelos produzidos para o Exército dos EUA em 1941: o BRC da Bantam, o GP da Ford e o MA da Willys. Este ganhou a concorrência e se tornou o "jeep", nome até hoje de origem misteriosa.

A procedência de "jeep"
Há quem diga que o apelido veio de um personagem que contracenava nos quadrinhos com o marinheiro Popeye, um animal chamado "Eugene the Jeep". Outros afirmam que o nome veio da sigla GP ("general purpose", ou "propósito geral"), cuja pronúncia é parecida com "jeep".
A Força Expedicionária Brasileira usou "jeeps" na Itália durante a guerra, logo chamados de "jipes". O britânico Defender é um descendente direto dos jipes Willys da guerra. O primeiro veículo da Land Rover foi feito em 1948, com partes "canibalizadas" de velhos jipes.
A série Defender tem três modelos básicos, 90, 110 e 130. Os chassis são feitos com aço de 2 milímetros de espessura, tratados com fosfato de zinco e revestidos com pintura eletrostática.
O Exército já comprou cerca de 300 do modelo 90 e 50 do 130 e está estudando a possibilidade de adicionar blindagem. Os veículos são 70% nacionais e montados em São Bernardo do Campo.
A Troller vendeu mais de 3.000 jipes T4. O novo modelo militar tem menos conforto que a versão civil, mas pelo menos 20 já foram vendidos a motoristas sem farda.
A carroceria é de plástico reforçado com fibra de vidro, mas o tanque de combustível foi reforçado com placas protetoras. Entre os acessórios de linha, constam suportes externos para camburão, picareta, pá e machado.
Já o Marruá, por enquanto, não está disponível a civis. Os fabricantes preferem obter primeiro um pedido de uma força armada para eventualmente lançar o modelo. Todos esses veículos trazem um "opcional" que não deverá ser oferecido aos civis, porém: suportes para transporte de fuzil e para instalação de metralhadora.


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