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PRA CÁ DE BAGDÁ
Jipes foram inventados a pedido dos militares norte-americanos; no Brasil, existem versões civis à venda
Guerra deu origem ao utilitário esportivo
RICARDO BONALUME NETO
DA REPORTAGEM LOCAL
Os jipes foram inventados a pedido dos militares norte-americanos na Segunda Guerra Mundial e
depois se tornaram civis, criando
vastas famílias de utilitários esportivos mundo afora. E agora no
Brasil, graças ao interesse do
Exército em renovar sua frota das
chamadas Viaturas Táticas Leves,
voltam a surgir versões militares
-algumas das quais também podem ser compradas por civis.
No final de abril, a Troller, empresa brasileira com fábrica no
Ceará, lançou oficialmente o T4-M, versão militar do seu T4, durante a feira de material de defesa
LAD 2003 (Latin America Defentech), no Rio.
Na mesma feira foi apresentado
o Marruá ("boi selvagem") -pelas empresas Columbus e Ceppe,
de São Paulo-, uma versão aperfeiçoada do jipe Engesa EE-12. E lá
estava outro rival tradicional, a série Defender, da Land Rover.
Eles são classificados como Veículo de Transporte Não Especializado e procuram responder a requisitos operacionais para viaturas com tração 4x4 e capacidade
de meia tonelada de carga.
Os primeiros jipes foram três
modelos produzidos para o Exército dos EUA em 1941: o BRC da
Bantam, o GP da Ford e o MA da
Willys. Este ganhou a concorrência e se tornou o "jeep", nome até
hoje de origem misteriosa.
A procedência de "jeep"
Há quem diga que o apelido
veio de um personagem que contracenava nos quadrinhos com o
marinheiro Popeye, um animal
chamado "Eugene the Jeep". Outros afirmam que o nome veio da
sigla GP ("general purpose", ou
"propósito geral"), cuja pronúncia é parecida com "jeep".
A Força Expedicionária Brasileira usou "jeeps" na Itália durante a guerra, logo chamados de "jipes". O britânico Defender é um
descendente direto dos jipes
Willys da guerra. O primeiro veículo da Land Rover foi feito em
1948, com partes "canibalizadas"
de velhos jipes.
A série Defender tem três modelos básicos, 90, 110 e 130. Os
chassis são feitos com aço de 2 milímetros de espessura, tratados
com fosfato de zinco e revestidos
com pintura eletrostática.
O Exército já comprou cerca de
300 do modelo 90 e 50 do 130 e está estudando a possibilidade de
adicionar blindagem. Os veículos
são 70% nacionais e montados
em São Bernardo do Campo.
A Troller vendeu mais de 3.000
jipes T4. O novo modelo militar
tem menos conforto que a versão
civil, mas pelo menos 20 já foram
vendidos a motoristas sem farda.
A carroceria é de plástico reforçado com fibra de vidro, mas o
tanque de combustível foi reforçado com placas protetoras. Entre
os acessórios de linha, constam
suportes externos para camburão, picareta, pá e machado.
Já o Marruá, por enquanto, não
está disponível a civis. Os fabricantes preferem obter primeiro
um pedido de uma força armada
para eventualmente lançar o modelo. Todos esses veículos trazem
um "opcional" que não deverá ser
oferecido aos civis, porém: suportes para transporte de fuzil e para
instalação de metralhadora.
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