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São Paulo, domingo, 27 de abril de 2003

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E AGORA, DOUTOR?

Motorista volta a se habituar com o risco, diz psiquiatra

DA REDAÇÃO

"Quando alguém se expõe a um nível de estresse contínuo, há extinção da resposta emocional", afirma o psiquiatra Márcio Bernik, 41, especialista em transtornos de ansiedade da Faculdade de Medicina da USP e do Hospital das Clínicas.
Caso o motorista habituado a usar um blindado volte a circular em um veículo sem proteção, segundo ele, vai sofrer por algum tempo, mas depois voltará a se acostumar à situação de risco. Bernik explica que o termo dependência, tecnicamente, deve ser usado para se referir a substâncias químicas.
A reação de um consumidor que adquire um automóvel blindado é explicada pelo especialista como uma escolha, a de não enfrentar o medo. "Ao optar pelo conforto pessoal, a única coisa que acontece é perder essa habituação", esclarece.
"Se é uma coisa impeditiva, em que há um prejuízo funcional, você caracteriza uma fobia. Mas é preciso analisar caso a caso", afirma o psiquiatra.
"Mesmo que haja um estado de sofrimento e desconforto, a pessoa vai se acostumar de novo [ao carro sem blindagem]", concorda a psicóloga Cecilia Bellina, 43, especializada em comportamento de motoristas.
"A gente se habitua rapidamente com o que dá segurança. Claro que é difícil tirar", diz.


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